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14/10/2011
Exportações de couros registraram US$ 163,2 milhões em setembro
 
As exportações brasileiras de couros e peles movimentaram US$ 163,2 milhões em setembro, embarcando 25,4 mil toneladas, segundo dados contabilizados pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), com base no balanço da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A receita representa aumento de 28% em relação ao mesmo mês de 2010 e queda de 15% em relação a agosto deste ano.

“O valor das exportações no acumulado foi de US$ 1,56 bilhão, um crescimento de 19% em relação ao período anterior, mas não se refletiu no aumento de volume, que ficou estacionado, em razão da dificuldade de recuperação dos negócios no mercado internacional”, explica o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.

Segundo o executivo, a diminuição do volume de couros bovinos exportados em setembro já ilustra este quadro: foram 1,9 milhão de unidades, queda de 16% em comparação ao mês anterior e de 2% em relação a setembro de 2010.

Em sua análise, a expectativa de faturamento para o ano de 2011 é de uma receita em torno de US$ 2 bilhões, aquém dos US$ 2,2 bilhões registrados em 2007, o ano pré-crise, e que será atingida com grau de dificuldade muito maior para as empresas curtidoras.

“Estamos perdendo competitividade industrial devido aos obstáculos internos, como câmbio, a excessiva carga tributária, as altíssimas taxas de juros, a falta de crédito para capital de giro, e outros entraves do já conhecido Custo Brasil. A aguda crise econômica mundial certamente também esta dificultando as nossas vendas”, salienta.

Apesar deste cenário, a indústria brasileira do couro, uma das maiores exportadoras mundiais, vem se esforçando para diversificar cada vez mais seus mercados, além de aumentar o leque de produtos de maior valor agregado.

Um dos exemplos bem-sucedidos é o programa Brazilian Leather, conduzido pelo CICB em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que apresenta resultados expressivos para a visibilidade e aumenta o valor do couro brasileiro, alavancando os negócios do setor.
Outro relevante esforço do setor será a realização do primeiro Congresso Mundial do Couro, no dia nove de novembro, no Rio de Janeiro. O evento está sendo organizado pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil em parceria com o International Council of Tanners (ICT, sigla em inglês para Conselho Internacional dos Curtumes), entidade internacional que representa mais de 80% da indústria curtidora mundial, também presidida por Wolfgang Goerlich.

Principais destinos do couro nacional

Nos nove meses deste ano, China e Hong Kong, Itália e Estados Unidos foram os principais destinos do couro nacional. O Brasil também aumentou os embarques para Alemanha, Coréia do Sul, México, Taiwan, Uruguai, Espanha e Nicarágua.
De janeiro a setembro de 2011, os principais mercados do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, com US$ 463,32 milhões (29,7% de participação e aumento de 6%); Itália, com US$ 356,5 milhões (22,9% de participação e elevação de 25%); e Estados Unidos, com US$ 168 milhões (10,8% e crescimento de 16%).

Outros importantes destinos das exportações brasileiras, nos nove primeiros meses do ano, são Alemanha com US$ 70,7 milhões (4,5% de participação e aumento de 75%), Coréia do Sul, com US$ 52,23 milhões (3,4% e 73% de crescimento), México (US$ 47,72 milhões, incremento
de 55%), Vietnã (US$ 47,16 milhões, elevação de 24 %) e Taiwan (Formosa, US$ 28,24 milhões, 100%).

Entre outros países que aumentaram as aquisições do produto nacional figuram Hungria (US$ 23,93 milhões, 71%), Uruguai (US$ 15,42 milhões, 98%), Espanha (US$ 13,19 milhões, 95%), e Nicarágua que, após uma participação inexpressiva em 2010, saltou 11,66 vezes, de US$ 999,12 mil para US$ 11,65 milhões.

Ranking dos estados exportadores de janeiro a setembro de 2011

O Relatório do CICB informa no balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros nos nove meses do ano, em relação ao acumulado do ano passado, a liderança do Rio Grande do Sul (US$ 382,54 milhões, 24,5% de participação) como maior exportador nacional, seguido por São Paulo (US$ 343,13 milhões, 22% de participação), Paraná (US$ 176,89 milhões, 11,3%) e Goiás (US$ 133,57 milhões, 8,6%).

Os demais estados no ranking nacional são Ceará (US$ 131,55 milhões), Bahia (US$ 97,9 milhões), Minas Gerais (US$ 76,37 milhões), Mato Grosso (US$ 65,71 milhões), Mato Grosso do Sul (US$ 63,55 milhões) e Santa Catarina (US$ 36,74 milhões).

Fonte: Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos - APEX
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