Notícias
31/08/2011
Brasil tem condições de atravessar e sair mais forte da crise, diz Pimentel
 
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse hoje em audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, que dificilmente haverá outro país no mundo em melhores condições de enfrentar, atravessar e sair mais forte da crise econômica do que o Brasil.

Conforme o ministro, não se trata de “ufanismo simplório ou otimismo exagerado, mas de dados”. “Não bastassem as reservas de US$ 350 bilhões, a firmeza do sistema financeiro nacional e nossa responsabilidade fiscal, somos um dos poucos países do G-20 com déficit nominal abaixo de 2%”, enumerou, acrescentando ainda o superávit primário reforçado em R$ 10 bilhões. “Não temos a ilusão de que não sofreremos ou de que ficaremos imunes, mas estamos preparados”, sustentou.

Segundo ele, contudo, é preciso enfrentar desafios de curto prazo, entre eles a recuperação da competitividade da indústria nacional, alvo do Plano Brasil Maior. O ministro citou medidas nessa direção como a desoneração da folha de pagamentos, a margem de preferência para produtos nacionais nas compras de governo, o financiamento à inovação, a criação de regimes especiais de tributação e a devolução ao produtor de 3% do valor exportado em manufaturados.

De acordo com Pimentel, a crise que o mundo atravessa é marcada por uma mudança profunda da economia mundial, da qual o Brasil será beneficiário. Essa transformação, segundo ele, engloba três processos simultâneos: a emergência do padrão industrial asiático, de baixíssimo custo, liderado pela China; a substituição do dólar como moeda de troca internacional, em estudo, por exemplo, no âmbito da Unasul; e a transferência da âncora da expansão econômica do mundo, dos mercados de consumo americano e europeu para os mercados emergentes (China, Índia, Brasil, Rússia e África do Sul).

Na opinião do ministro, está ocorrendo um “deslocamento do eixo geoeconômico para o hemisfério sul” que, em breve, também será observado do ponto de vista da política internacional. Essas transformações apontam para um novo modelo de nação hegemônica, cujas características são claramente encontradas no Brasil.

São elas: volumes de população e mercado suficientes para criar dinâmica sem depender do mercado externo, recursos naturais abundantes, possibilidade de desenvolvimento tecnológico e segurança institucional, dada pela democracia e pela vigência plena das instituições.

Pimentel sublinhou, no entanto, que esses fatores não significam que a solução para todos os problemas está dada e pediu apoio aos parlamentares para que o país avance nas reformas necessárias. Ele citou o exemplo da equalização da cobrança do ICMS interestadual, a fim de acabar com a guerra fiscal e o privilégio para produtos importados em detrimento do nacional. “Toda solução econômica passa por uma instância política. Ela é, podemos dizer, primeiro política e depois econômica. E, aqui, esta Casa cumpre papel fundamental”, finalizou.

Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - MDIC
Voltar - Início