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12/08/2011
Exportações de couros apresentam queda nos meses de junho e julho
 
Em julho, foi exportado um volume físico correspondente a apenas 1,74 milhões de couros bovinos, a menor quantidade desde março de 2009 e 18% inferior ao mês anterior. Já o valor das exportações caiu para US$ 148,7 milhões, 11% menor do que o movimento de junho.

Quando é avaliada as exportações dos primeiros sete meses do ano, verifica-se que a quantidade de 16,36 milhões de couros exportados ainda está 1% acima da quantidade exportada no mesmo período de 2010, enquanto o valor das exportações, com US$ 1,2 bilhão, superou em 18% o do ano passado.

A participação com 65,7% de couros acabados e semiterminados, de maior valor agregado, estabelece um recorde histórico. Conseqüentemente a quantidade de wet blue, que no ano 2000 representava 70% das exportações, caiu em 2011 para apenas 34,3%, o seu nível mais baixo. Estes dados, do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), são baseados no balanço da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
“Esse desempenho do nosso setor reflete as dificuldades que a indústria do couro vem enfrentando, decorrentes da relação cambial e dos entraves representados pelo chamado Custo Brasil”, alerta o presidente do CICB, Wolfgang Goerlich.

Com base no comportamento do mercado nos últimos meses e considerando-se a crise econômica mundial com uma previsão de consumo menor e queda nos preços, Goerlich diz que a projeção de embarques da ordem de US$ 2 bilhões para 2011 está comprometida.
“Estamos fazendo grandes sacrifícios para manter mercados conquistados durante as ultimas décadas, operando, muitas vezes, com prejuízo”, diz o executivo.

Para o presidente do CICB, o chamado Plano Brasil Maior, conjunto de medidas recentemente anunciadas pelo governo para estimular a indústria nacional, pode ser considerado positivo, pela disposição demonstrada pelo governo em apoiar os segmentos contemplados, mas é insuficiente para solucionar o problema de competitividade da indústria do couro.

“A maior velocidade no ressarcimento dos créditos devidos aos exportadores e a devolução de créditos de PIS/COFINS de até 3% sobre as exportações de manufaturados, como perspectivas de créditos facilitados através do BNDES, são medidas positivas, mas precisamos resolver questões de fundo, como a questão cambial e as ineficiências geradas pelo Custo Brasil”, diz Goerlich.

O presidente do CICB destaca, ainda, contínuo esforço da indústria curtidora para abrir novas frentes de negócios internacionais para o couro brasileiro. Como exemplo, ele aponta os resultados positivos do programa de cooperação CICB / Apex-Brasil, denominado Brazilian Leather, que vem proporcionando visibilidade expressiva ao couro brasileiro, concorrendo para aumentar o valor do couro brasileiro e impulsionar as vendas.

Congresso Mundial do Couro

Outro relevante esforço do setor é o primeiro Congresso Mundial do Couro, que será realizado no dia nove de novembro deste ano, no Rio de Janeiro. O evento está sendo organizado pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil em parceria com o International Council of Tanners (ICT, sigla em inglês para Conselho Internacional dos Curtumes), entidade internacional que representa mais que 80% da indústria curtidora mundial, também presidida por Wolfgang Goerlich.

“Será o maior evento do setor couro em âmbito mundial e uma oportunidade única para expor ao mundo a capacidade e a qualidade da nossa indústria curtidora”, finaliza ele.

Principais destinos do couro nacional

De janeiro a julho de 2011, os principais mercados do couro brasileiro foram a China e Hong Kong, com US$ 359 milhões (29,8% de participação e aumento de 2%); Itália, com US$ 279,84 milhões (23,2% de participação e elevação de 23%); e Estados Unidos, com US$ 124,87 milhões (10,4% e crescimento de 17%).

Nos sete meses do ano, Alemanha com US$ 55,83 milhões (4,6% de participação e aumento de 88%), Coréia do Sul, com US$ 41,43 milhões (3,4% e 97% de crescimento), México (US$ 36,8 milhões, incremento de 53%), Vietnã (US$ 33,82 milhões, elevação de 12 %) e Taiwan (Formosa, US$ 23,2 milhões, 88%) foram importantes destinos das exportações brasileiras.

Entre outros países que aumentaram as aquisições do produto nacional figuram a Noruega (US$ 17,1 milhões, 21%), Hungria (US$ 14,85 milhões, 44%), Portugal (US$ 14,16 milhões, 66%), e Espanha (US$ 9,92 milhões, 71%).

Ranking dos estados exportadores

O Relatório do CICB informa no balanço das vendas externas de couros dos estados brasileiros nos sete meses do ano, em relação ao acumulado do ano passado, a liderança do Rio Grande do Sul (US$ 296,4 milhões, 24,6% de participação) como maior exportador nacional, seguido por São Paulo (US$ 269,28 milhões, 22,4% de participação), Paraná (US$ 132,96 milhões, 11%) e Ceará (US$ 100,84 milhões, 8,4%).

Os demais estados no ranking nacional são Goiás (US$ 92 milhões), Bahia (US$ 73,93 milhões), Minas Gerais (US$ 67 milhões), Mato Grosso (US$ 52,11 milhões), Mato Grosso do Sul (US$ 50,3 milhões) e Santa Catarina (US$ 27,16 milhões).

Fonte: Agência Brasileira de Promoção da Exportações e Investimentos - APEX
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