São Paulo – As exportações brasileiras de arroz para o mercado árabe passaram de US$ 525 mil nos primeiros seis meses do ano passado para US$ 6,8 milhões no mesmo período deste ano. A grande responsável pelo aumento foi a Mauritânia, que respondeu por US$ 4,5 milhões em compras. O arroz enviado para o país, no entanto, é o arroz quebrado – ou trinca de arroz -, que normalmente não é utilizado diretamente na alimentação humana, mas para fabricação de ração animal ou outros produtos como cerveja e farinha.
O CEO da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, acredita que o arroz seja usado, na Mauritânia, justamente para alimentação animal. O meio rural do país tem na criação de ovinos e bovinos uma das suas fontes de renda e metade da população mauritana vive da agricultura e da pecuária. A Mauritânia, inclusive, é também produtora de arroz e não havia comprado o produto do Brasil no primeiro semestre do ano passado.
O Brasil exportou para o mercado árabe ainda outros tipos de arroz, como semibranqueado, parboilizado, com casca, entre outros. A receita com as vendas, no entanto, foi menor: US$ 2,3 milhões. Os países árabes que compraram arroz do Brasil, além da Mauritânia, foram Arábia Saudita, Argélia, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Líbano, Líbia, Síria e Sudão. A Síria foi o segundo maior comprador com US$ 598 mil em importações.
Os valores das vendas de arroz, apesar de crescentes, são pequenos diante do total que o Brasil exporta para o mundo árabe. Entre janeiro e junho, por exemplo, a receita de exportações brasileiras para a região ficou em US$ 6,4 bilhões, com aumento de 33% sobre o mesmo período de 2010. Alaby lembra que outros países árabes, como o Marrocos e o Egito, que ficam no Norte da África, são também produtores de arroz.
Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe