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28/07/2011
Governo brasileiro toma medidas para conter queda do dólar
 
Após admitir as dificuldades em conter o derretimento do dólar, o governo autorizou o Conselho Monetário Nacional (CMN) a intervir no mercado de operações futuras (derivativos). A medida provisória 539, publicada nesta quarta-feira (27/7) no Diário Oficial da União, permite que o órgão defina regras específicas, incluindo a fixação de limites, prazos e outras condições aos acordos, além de cobrar até 25% em Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre as transações.

Em decreto, também publicado hoje, o governo define, adicionalmente, em 1% a alíquota do IOF sobre o chamado valor "nacional" dos contratos de derivativos cambiais que resultem em aumento das apostas contra o dólar, feitas pelas instituições financeiras (nas quais os investidores se comprometem a vender uma determinada quantia da moeda, em uma data futura, sem ter ainda o dinheiro). Anteriormente o governo, havia instituído o IOF de 6% para o ingresso de capital estrangeiro direcionado para as garantias desses derivativos.
O valor nacional é a referência do acordo derivativo que não implica a movimentação efetiva do montante financeiro definido no contrato. Ao taxar o valor nacional, o governo tenta diminuir a pressão de valorização do real, gerada pelas negociações no mercado futuro.

Alta na abertura

Na abertura dos negócios desta quarta-feira (27/7), o dólar operava em alta. Perto das 9h50, a moeda americana estava cotada a R$ 1,556 , valorização de 1,23%.

Em busca de equilíbrio

A forte atuação do Banco Central no mercado de câmbio, que fez quatro intervenções diretas, não conseguiu evitar a sexta queda consecutiva do dólar. O resultado do nervosismo foi uma onda de prejuízos nas bolsas de valores e o derretimento do dólar. A moeda norte-americana encerrou o dia de ontem com baixa de 0,45%, cotada a R$ 1,536 para venda, o menor nível desde 18 de janeiro de 1999. Segundo o economista-chefe do Banco WestLB, Roberto Padovani, descontada a inflação, a moeda norte-americana está valendo o mesmo que em 1998, antes de o Brasil desvalorizar o real e adotar o regime de câmbio flutuante.

Apelo popular

A ponta de confiança que ainda resta nos investidores vem da pressão dos norte-americanos para que o Congresso aprove o aumento do teto da dívida do país. Em resposta aos apelos de Obama, a população entupiu de mensagens as caixas de e-mails dos parlamentares e congestionaram as linhas telefônicas do Congresso, em Washington. Alguns sites de deputados e senadores saíram do ar devido ao tráfego intenso, incluindo o do presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner, líder republicano e maior opositor do mandatário dos EUA.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa caiu 1,05%. No mês, os prejuízos chegam a 4,91% e, no ano, a 14,38%. Em Nova York, o índice Dow Jones cravou perda de 0,73%. “Investidores acreditam que haverá uma resolução de última hora, mas muitos deles estão começando a perder a confiança”, disse Hugh Johnson, vice-presidente de Investimentos da Hugh Johnson Advisors LLC, em Nova York.

Fonte: Correio Braziliense
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