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14/07/2011
Importação de produtos árabes cresce 41%
 
O Brasil comprou o equivalente a US$ 4,55 bilhões do Oriente Médio e Norte da África no primeiro semestre. Além do petróleo, os fertilizantes tiveram forte impacto na pauta.

São Paulo – As importações de produtos árabes pelo Brasil cresceram mais do que as exportações brasileiras para a região no primeiro semestre deste ano. De acordo com informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compiladas pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira, as compras de itens do Oriente Médio e Norte da África somaram US$ 4,55 bilhões, 41% a mais do que no mesmo período de 2010.
Os produtos de maior peso na pauta foram petróleo, derivados, fertilizantes e insumos utilizados no ramo de adubos. As importações da indústria petrolífera somaram US$ 3,64 bilhões no semestre, um crescimento de 32% em relação aos seis primeiros meses do ano passado.
"Aumentou o preço do petróleo", disse o CEO da Câmara Árabe, Michel Alaby, sobre a razão do aumento. De fato, em volume as compras de produtos petrolíferos até diminuíram um pouco.
A cotação da commodity influenciou, em parte, o avanço dos valores pagos pelo Brasil por fertilizantes, segundo maior grupo de itens da pauta. A ureia, por exemplo, é um subproduto do setor de petróleo. “[O aumento do preço do petróleo] aumenta também o da uréia, que é base para fertilizantes”, destacou Alaby.
Mas as importações de adubos e de insumos para esse segmento tiveram forte crescimento tanto em valor como em volume. As compras de fertilizantes somaram US$ 522,34 milhões, um crescimento de 174% sobre o primeiro semestre de 2010. Foram despachadas mais de um milhão de toneladas, contra menos de 500 mil no mesmo período do ano passado.
No caso de itens como enxofre e fosfato de cálcio, as importações foram de US$ 145 milhões, um avanço de 42% na mesma comparação. Os negócios no grupo dos produtos químicos inorgânicos, composto principalmente por ácido fosfórico, aumentaram 89% e ficaram em US$ 77 milhões.
Os fertilizantes influenciaram positivamente as vendas de vários países árabes ao Brasil, como Catar, Egito, Omã, mas principalmente do Marrocos, um dos principais produtores e exportadores mundiais do ramo. O país do Norte da África embarcou o equivalente a US$ 497,52 milhões ao mercado brasileiro no primeiro semestre, 103% a mais do que no mesmo período de 2010. Os adubos e insumos do setor responderam pela maior parte desse esse valor.
Segundo informações da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), as importações totais de fertilizantes pelo Brasil chegou a quase nove milhões de toneladas nos seis primeiros meses de 2011, 51% a mais do que no primeiro semestre de 2010. As vendas no país, incluindo a produção nacional, ultrapassaram 11 milhões de toneladas, um avanço de quase 30% na mesma comparação.
O diretor-executivo da Anda, David Roquetti Filho, disse, segundo a agência Reuters e o site da revista Globo Rural na internet, que a comercialização de fertilizantes aumentou por causa do plantio de uma safra maior no primeiro semestre e da antecipação de compras para o plantio que vai ocorrer na segunda metade do ano.
“O produtor está capitalizado, uma vez que os preços das commodities estão em altos patamares”, afirmou o executivo, segundo o site da Globo Rural. "Boa parte [do volume vendido de fertilizantes] é para consumo e foi para o solo, para o milho safrinha. Mas também tem uma boa antecipação para a soja", acrescentou ele, de acordo com a Reuters.

Agronegócio

Na outra mão, as exportações de alimentos e do agronegócio brasileiro, que é o setor que absorve os fertilizantes, aumentaram 32,6% para o Oriente Médio e Norte da África no primeiro semestre. Elas renderam US$ 4,45 bilhões, segundo informações da Câmara Árabe. As vendas totais do Brasil para a região somaram US$ 6,41 bilhões, o que, aliado às importações de fertilizantes, mostra a importância do campo para o comércio bilateral.
Conforme a ANBA noticiou na quinta-feira (12), o trigo foi destaque entre os embarques aos árabes, assim como os óleos vegetais. Houve aumento também nas receitas com as vendas de carnes, principalmente de frango, açúcar, café e soja.

Balança

Mesmo com as importações avançando mais do que as exportações, o Brasil acumulou superávit de US$ 1,86 bilhão no comércio com os árabes nos seis primeiros meses do ano. A corrente comercial, que é a soma de todas as transações bilaterais, ficou em quase US$ 11 bilhões. Os números não incluem a Líbia, país em conflito civil.

Fonte: Agência de Notícias Brasil - Árabe - ANBA
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