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13/07/2011
Exportação do Brasil aos árabes avança 33%
 
Os embarques renderam US$ 6,41 bilhões no primeiro semestre deste ano. Houve aumento nas vendas das principais mercadorias da pauta, especialmente alimentos e minério de ferro.

Alexandre Rocha alexandre.rocha@anba.com.br

São Paulo – As exportações brasileiras para o mundo árabe renderam US$ 6,41 bilhões no primeiro semestre deste ano, um crescimento de 33% sobre o mesmo período de 2010, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Os números não incluem a Líbia, país em conflito civil.

As principais mercadorias exportadas foram as carnes, açúcar, minérios, cereais, óleos vegetais, bens de capital, aeronaves, sementes e grãos oleaginosos e produtos de ferro e aço. Houve avanço nas vendas de todos esses itens, com destaque para o minério de ferro, trigo e óleo de soja.

No caso dos alimentos, o CEO da Câmara Árabe, Michel Alaby, destaca o esforço de vários países da região para formar estoques reguladores, uma vez que a produção local é insuficiente. A proximidade do mês muçulmano do Ramadã, marcado por jejuns durante o dia e comida farta à noite, pressiona ainda mais a demanda.

“A formação de estoques ocorre para tentar controlar a inflação”, declarou Alaby. O aumento de preços é uma das principais preocupações econômicas do mundo árabe e serviu como catalisador dos protestos que se espalharam pela região este ano.

Um item em especial chamou a atenção no primeiro semestre: o trigo. Isso porque o Brasil não é tradicional exportador dessa commodity. Pelo contrário, a produção nacional abastece somente metade da demanda interna.

No entanto, as condições dos mercados nacional e internacional na primeira metade do ano permitiram a exportação de grandes volumes. De acordo com o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul, Rui Polidoro Pinto, o trigo produzido na última safra, qualificado de "brando", não é o mais indicado para a indústria da panificação nos moldes brasileiros.

Nesse sentido, houve acúmulo de excedentes exportáveis. "A produção foi bem alta, acima da média", afirmou Polidoro. Os três estados do Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) concentram a cultura do trigo no Brasil.

Este trigo pode, porém, ser utilizado na fabricação de massas e biscoitos, na produção de rações animais e também para fazer pães que não precisam crescer, como o pão árabe.

Polidoro acrescentou que houve incentivo estatal para transportar o excedente dos armazéns para os portos, liberando espaço para a safra de soja, e o preço no mercado interno não era dos mais atrativos, uma vez que, com o dólar em baixa, o preço do trigo importado ficou mais competitivo.

Fonte: Agência de Notícias Brasil - Árabe - ANBA
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