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24/06/2011
G20: Brasil propõe produzir mais para combater aumento dos preços agrícolas
 
O Brasil acredita que a melhor forma de conter a volatilidade dos preços agrícolas e dos alimentos é aumentar a oferta e que a especulação se combate no campo financeiro, disse nesta quinta-feira o ministro da Agricultura Wagner Rossi.

"A melhor forma de combater a volatilidade dos preços é o aumento da produção", disse Wagner à AFP, ao término de uma reunião em Paris dos ministros da Agricultura do G20.
Esta reunião foi considerada "histórica", porque pela primeira vez este setor "estratégico" começa a fazer parte da agenda das maiores 20 economias desenvolvidas e emergentes.

Em relação ao combate à especulação, que segundo a França - anfitriã deste encontro -, é responsável pelo aumento dos preços das commodities agrícolas e dos alimentos, Wagner Rossi assegurou que esse assunto deve ser tratado pelos ministros da Economia do G20.

"Enviamos aos ministros a recomendação de aprofundar" este debate, que em sua opinião se "dá nos mercados financeiros". "A agricultura apenas é utilizada pelo mercado para obter ganhos", disse. "Se a regulação for necessária, terá que ser feita na área financeira"."Não sabemos até que ponto incide nos preços, mas é preciso estudar isso", completa.

O Brasil, junto com a Argentina, lidera a oposição ao controle dos preços dos produtos agrícolas. O ministro ressaltou no plenário que os "aumentos de preços nos últimos anos compensam em parte o que perdemos no passado", segundo um comunicado distribuído ao término do encontro.

Apesar disso, reconheceu o "avanço significativo" que representou a inclusão deste assunto na agenda do G20. Também considerou que esta reunião representa um passo à frente para se trabalhar em prol da transparência em relação aos "estoques" de alimentos e da solidariedade com os países mais vulneráveis em matéria alimentar.

Os ministros do G20 adotaram nesta quinta-feira um Plano de Ação cujos pilares são a transparência maior dos mercados, uma melhor coordenação da política internacional para evitar crises alimentares, a redução dos efeitos da volatilidade nos preços para os mais vulneráveis e a regulação dos mercados financeiros agrícolas.

Os ministros também se comprometeram a melhorar a produção e a produtividade deste setor que deverá alimentar 9 bilhões de pessoas em 2050, o tornará necessário aumentar a produção atual em 70%, sem que sejam cortadas mais árvores para isso.

Nesse sentido, o Brasil está preparado para fazer a sua parte. "Temos mais de 120 milhões de hectares de terras degradadas que podem e devem ser reincorporadas ao processo produtivo e ambiental", disse o ministro.

Fonte: Agence France-Presse - AFP
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