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17/06/2011
Modelo português de registro de empresas é apresentado aos brasileiros em missão a Portugal
 
Lisboa (17 de junho) - A delegação brasileira em missão técnica a Portugal se reuniu nesta quinta-feira com o Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) para conhecer o processo de simplificação e desburocratização implantado pelos portugueses no registro de empresas. Na ocasião, o instituto apresentou os conceitos de balcão único de atendimento e os serviços online para empresas.
De acordo com o governo português, o sistema está centrado no cidadão e nas empresas de forma a tornar a vida deles mais simples, ágil e menos custosa, em uma única entrada de dados – compartilhados com os órgãos tributário e previdenciário. Ao reestruturar os procedimentos de registros mercantil, o IRN se baseou em três pontos: desenvolvimento tecnológico; incremento da qualidade de qualificação de recursos humanos; e reengenharia de processo, com simplificação, disponibilidade de registro online e criação de balcões únicos de atendimento.

Modelo português

De acordo com o presidente do IRN, António Figueiredo, foram necessárias algumas medidas para conseguir desburocratizar o processo, como maior partilha de informações entre as instituições públicas e simplificação administrativa para acabar com redundâncias de controle. “Percebíamos que muitas vezes as empresas não nasciam pela dificuldade encontrada no próprio processo de constituição. Hoje isso mudou. A administração pública tem que esta a serviço dos cidadãos, das empresas e da economia e não o contrário”, comentou.

Ainda, para facilitar a vida do empreendedor, criou-se os balcões únicos de atendimento para que ele, em uma única e um único local, faça todos os procedimentos necessários para abertura e funcionamento de empresas em um prazo médio de 37 minutos. Ao se registrar, a empresa automaticamente está inscrita no sistema tributário e previdenciário.
Atualmente, em Portugal 67% das empresas constituídas ocorrem por meio da sistema “Empresa na Hora” e 29%, pela internet. Do total de empresas constituídas, mais de 70% não necessitam de qualquer outra autorização ou licença para funcionar após o processo de registro. Outra parte que precisa de licenciamento, obtém posteriormente, com a empresa já em atividade. Os únicos empreendimentos que têm de conseguir autorização previa do governo são bancos, financeiras, armamento e segurança.

O IRN busca executar e acompanhar as política relativas ao serviços de registro ao cidadão no âmbito de identificação civil, nacionalidade, predial e à empresa no âmbito comercial, bens moveis e pessoas coletivas. Além disso, ele regulamenta, controla e fiscaliza a atividade notarial.

Missão técnica

Do dia 15 a 17 de junho, o DNRC realiza missão técnica a Portugal para conhecer soluções aplicadas por esse país na abertura e legalização de empresas. Integra a delegação brasileira o diretor do DNRC, João Elias Cardoso; o chefe de gabinete da Secretaria de Comercio e Serviços (SCS) do Ministério do Desenvolvimento, Industria e Comércio Exterior (MDIC), César Emilio; o ouvidor do MDIC, Gustavo Gasbarro; o diretor da Associação Nacional de Presidentes de Juntas Comerciais (Anprej), Marcelo Zanuncio; a gerente-adjunta da Unidade de Políticas Publicas do Sebrae Nacional, Inês Schwinger; e demais consultores do Sebrae para a Redesim.

Para o diretor do Departamento Nacional de Registro do Comercio (DNRC) do MDIC, João Elias Cardoso, o encontro com o instituto português vai servir de estímulo para a busca da transformação das Juntas Comerciais brasileiras em centros de serviços para o empreendedor. “Melhorar o modelo atual é necessário, mas não suficiente. É preciso inovar e transformar. A quebra de paradigma deve ser a expressão de ordem. É necessário construir um Brasil empreendedor, capaz de gerar oportunidades de geração de emprego e renda“, analisou.

O diretor da Associação Nacional de Presidentes de Juntas Comerciais (Anprej), Marcelo Zanuncio, disse que o exemplo lusitano de registro está calcado na tecnologia e esse é o sistema que temos que seguir no Brasil para facilitar a vida do cidadão. “O cidadão que empreende desenvolve o país, por isso, temos que ir ao encontro da necessidade desses cidadãos para simplificar sua vida”, comentou.

Na avaliação da gerente-adjunta da unidade de políticas publicas do Sebrae Nacional, Inês Schwinger, o Brasil está no processo de implantação do programa de governo Redesim, que tem por objetivo simplificar a abertura e legalização de empresas e negócios no Brasil. “Portugal desenvolve e implanta uma sistemática semelhante, só que num processo mais adiantado. Destacam-se os projetos Empresa na Hora, Empresa Online, Balcão do Empreendedor e Simplex“, analisa.

Fonte: MDIC
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