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09/06/2011
Vendas do Brasil aos árabes crescem quase 40%
 
Embarques renderam US$ 5,25 bilhões nos primeiros cinco meses deste ano. Houve aumento das exportações dos principais produtos brasileiros negociados com a região.

São Paulo – As exportações brasileiras ao mundo árabe renderam US$ 5,248 bilhões nos primeiros cinco meses deste ano, um aumento de 39,13% em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Os números não incluem a Líbia, país em conflito.
O crescimento foi maior do que o registrado pelas exportações totais do Brasil - que avançaram 31,24% no mesmo período, segundo o MDIC - e ocorreu apesar da crise política que se abateu sobre países do Oriente Médio e Norte da África nos últimos meses.

Houve aumento dos embarques dos principais grupos de produtos vendidos para a região, como as carnes, principalmente de frango, açúcar, minério de ferro, cereais, especialmente trigo e milho, óleos vegetais, aeronaves e peças, bens de capital, café, soja e produtos químicos, notadamente alumina calcinada.

"Eu observei na Arábia Saudita, por exemplo, que a carne bovina está muito cara, então está havendo uma substituição pelo frango, que é mais barato", disse o CEO da Câmara Árabe, Michel Alaby, que esteve no país árabe na semana passada, referindo-se ao avanço das vendas de frango em um mercado em que o Brasil já tem participação bastante forte.
No caso do trigo, que teve presença importante nas exportações brasileiras aos árabes até agora, Alaby destacou que houve escassez internacional do produto. Isso aliado ao fato de que a dinâmica do mercado interno brasileiro tornou a exportação mais atraente para uma parcela dos produtores locais. Esse fenômeno, no entanto, não é constante, uma vez que o Brasil não é autossuficiente em trigo e precisa importar em grande quantidade para atender a demanda nacional.

Ele credita o aumento das vendas de alimentos também à formação de estoques que todos os anos ocorre antes do Ramadã, mês do calendário islâmico em que os seguidores da religião jejuam durante o dia, mas cujas noites são marcadas por celebrações acompanhadas por bastante comida.

Além disso, frente à oscilação das cotações das commodities, Alaby acredita que governos árabes estão ampliando a compra de alimentos para formar estoques reguladores. Países como a Argélia, por exemplo, chegaram a eliminar o imposto de importação sobre itens como açúcar, trigo e óleos vegetais para tentar controlar a alta dos preços.
Vale lembrar que o mundo árabe em geral é muito dependente da importação de produtos alimentícios e que a carestia de mercadorias básicas foi um dos fatores que influenciaram os levantes populares na região este ano.

Frente a esses fatores sazonais, aos altos e baixos do mercado internacional e às circunstâncias políticas atuais, Alaby disse que não é possível garantir que o crescimento das exportações brasileiras para lá vá se manter nos mesmos patamares até o final do ano.

Mercados

Os principais destinos dos produtos brasileiros na região de janeiro a maio foram a Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Marrocos, Bahrein, Tunísia, Kuwait, Omã e Catar. Cresceram acima da média as vendas para a Argélia, Omã, Sudão e Tunísia.

Ficou próximo à média o aumento das exportações para Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Egito e Kuwait. Houve avanço ainda nos embarques para o Djibuti, Emirados, Iraque, Líbano, Marrocos e Mauritânia. Para as Ilhas Comores, Iêmen, Jordânia, Síria e Somália, ocorreu queda.

Na outra mão, as importações brasileiras de produtos do mundo árabe somaram US$ 3,385 bilhões, um crescimento de 33% em relação aos primeiros cinco meses de 2010, também sem contar a Líbia. O Brasil acumulou superávit de US$ 1,863 bilhão na balança comercial com a região, 52,5% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Houve aumento dos embarques dos principais grupos de produtos importados, como petróleo e derivados, adubos e fertilizantes, insumos para a indústria de fertilizantes, produtos químicos inorgânicos e plásticos.

Fonte: Agência de Notícias Brasil - Árabe - ANBA
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