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19/05/2011
Exportação de aço terá corte este mês
 
Ipatinga – Desestimulada pelo dólar fraco, a infraestrutura deficiente no Brasil e o excesso de estoques de aço no mercado internacional, a Usiminas determinou um corte drástico nas suas exportações a partir deste mês. A companhia trabalha com uma proporção histórica de 75% de vendas destinadas ao mercado brasileiro e 25% embarcados ao exterior. A determinação, agora, é reduzir a fatia externa a um patamar de 10% a 11% da produção, informou o presidente da empresa, Wilson Brumer. “Exportar aço hoje é quase perder dinheiro”, afirmou o executivo.

O cenário das vendas fora do Brasil só será reavaliado se o governo brasileiro, de fato, apresentar medidas efetivas de apoio às exportações. Questionado sobre o assunto, ao chegar à fábrica da Usiminas, em Ipatinga, na manhã de ontem, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse que o país tem de competir melhor. “A Usiminas está se fortalecendo, mas não vai abrir mão de exportar”, disse.

Na polêmica sobre a forte participação do aço importado no mercado brasileiro, especialmente o chinês, Pimentel preferiu argumentar que a China é um grande competidor no mundo. “Temos de ser mais competitivos e a Usiminas é um exemplo disso”, alegou. De acordo com Pimentel, a relação comercial do Brasil com o gigante asiático é muito boa e o que o governo quer é diversificar os negócios com seu maior parceiro comercial.

“Exportamos muito minério, soja e petróleo para a China. Queremos diversificar essas vendas”, disse o ministro do Desenvolvimento. O presidente da Usiminas, Wilson Brumer, destacou que a indústria brasileira defende isonomia com a capacidade de competição do aço estrangeiro no Brasil. Foi o que levou a própria Usiminas, a CSN e a ArcelorMittal, recentemente, a pedirem ao governo brasileiro a abertura de processos antidumping no país. A preocupação de Brumer vai além da penetração do aço chinês no Brasil e chega à importação de bens que contêm aço. Há uma enorme sobra de aço no mundo, estimada em 600 milhões de toneladas.

Fonte: Estado de Minas (Marta Vieira)
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