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12/05/2011
Entrada de dólares no país volta a crescer, estimulada pelas exportações
 
O Brasil voltou a receber uma enxurrada de dólares neste mês. Nos primeiros cinco dias úteis de maio, entrou mais dinheiro no país do que saiu, movimento que deixou um saldo positivo de US$ 3,5 bilhões — um montante 133,29% maior que o registrado em todo o mês passado. Tal desempenho reflete dois fatores: primeiro, o bom momento da balança comercial, com um volume intenso de exportações; segundo, parte dos exportadores aproveita a valorização do dólar nas últimas semanas para nacionalizar recursos oriundos de vendas no exterior.

No ano, o país contabiliza um ingresso total de US$ 40,7 bilhões — quase o dobro de todo o ano passado. Com toda essa quantidade de dinheiro em circulação na economia, o Banco Central se viu obrigado a atuar fortemente com objetivo de enxugar os excessos e segurar a cotação da divisa norte-americana. Do início do ano até o quinto dia útil de maio, a instituição comprou
US$ 33,1 bilhões. Mantido o ritmo de aquisição, a autoridade monetária deve alcançar os US$ 41,4 bilhões registrados em 2010 daqui a um mês e meio. Apenas nos dias úteis entre 2 e 6 de maio, o BC incrementou as reservas
internacionais em US$ 1,4 bilhão, o que deixou esse colchão de proteção com US$ 328,184 bilhões.

Ricardo Lorenzetti, especialista em câmbio da XP Corretora, avalia que maio é um mês de fortes fluxos devido ao início de colheitas e embarques de safras para o exterior. Segundo ele, soja, minério de ferro e café foram as commodities (produtos com preço internacional) mais foram comercializadas e que têm se destacado. “Maio acaba sendo um mês dos mais importantes. Soja tem chamado muito a atenção. Apenas no mês passado foram US$ 2,4 bilhões só desse grão. Se somar mais venda de farelos e óleo, o volume é muito significativo”, analisou.

Com essa montanha de dólares entrando no país, a cotação da moeda deveria estar em queda, mas não é isso o que tem ocorrido nas últimas semanas. Ontem, a divisa fechou o dia com valorização de 0,94%, cotada a R$ 1,620. Segundo Lorenzetti, esse movimento foi influenciado por uma percepção do mercado de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) terá de subir juros no curto prazo. “Com essa valorização, depois do dólar ter rompido para baixo a casa de R$ 1,58, os exportadores estão aproveitando a recuperação para trazer recursos que estavam lá fora”, explicou.

Fonte: Correio Braziliense
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