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02/05/2011
Paraná fecha primeiro trimestre com déficit de US$ 588 milhões
 
O saldo líquido da balança comercial paranaense (exportações menos importações) voltou a apresentar resultados negativos em março deste ano, com déficit de U$ 21 milhões. De acordo com o levantamento produzido pelo departamento econômico da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP), neste período as exportações do estado somaram US$ 1,327 bilhão (aumento de 28,55% em relação ao mês anterior), contra US$ 1,348 bilhão das importações, valor 14,77% superior ao de fevereiro de 2011.
Este é o sétimo mês consecutivo em que a balança comercial paranaense apresenta resultado negativo. Entre setembro de 2010 e março de 2011 o saldo negativo acumulado foi de US$ 1,162 bilhão. Neste primeiro trimestre, o déficit já soma US$ 588 milhões.

Segundo o coordenador do Departamento Econômico da FIEP, Maurílio Schmitt, o ritmo de evolução das exportações é bem menor do que o ritmo de importações, o que pode sinalizar alguma restrição à sustentação da atividade econômica interna em um futuro não muito distante. “Também é preciso incluir neste cenário a possível deterioração no fluxo de comércio internacional, tanto do Paraná quanto do Brasil, fruto dos repiques da crise que ocorre em alguns países da zona do Euro, e também dos sinais de inquietação quanto a políticas que venham a ser acionadas pela China para controlar a inflação.”, afirmou o economista.

A política cambial é outro fator preocupante. Nos primeiros três meses de 2011 o Paraná exportou US$ 3,219 bilhões, o que equivale a R$ 5,363 bilhões considerando o câmbio mensal médio divulgado pelo Banco Central (BC). Nesta comparação o aumento de 25,53% em dólar se reproduziu em aumento de apenas 16,20% em Reais na comparação com o mesmo período de 2010. Em relação ao euro, que corresponde a cerca de um terço das exportações paranaenses, a receita em reais neste período aumentou somente 16,01%. Segundo Schmitt, a apreciação do real frente às moedas estrangeiras, além de diminuir a rentabilidade das empresas produtoras-exportadoras, prejudica a competitividade dos produtos paranaenses no comércio internacional.

Exportações - Neste primeiro trimestre o grupo de produtos do Complexo da Soja voltou a ocupar a primeira posição nas exportações do Estado, com participação de 21,65%. O grupo Carnes (bovina, aves e suína) ocupa a segunda posição neste ranking, com participação de 15,57% nas exportações, seguido por Material de Transportes com 13,12%. Em relação ao mesmo período de 2010, as exportações do Complexo Soja subiram 40,55%, Carnes apresentou aumento de 25,67% e Material de Transportes queda de -3,91%.

No que se refere ao grau de elaboração dos produtos, o Paraná vem se consolidando como grande exportador de matérias primas. Na comparação com fevereiro, o mês de março apresentou variação positiva de 75,79% nos produtos básicos e 9,69% nos manufaturados. Os produtos semimanufaturados tiveram queda de -6,59% em relação ao mês anterior. No acumulado do trimestre, os semimanufaturados apresentaram o maior acréscimo (+100,70%), seguidos dos básicos (+37,89%) e dos manufaturados (+6,64%).

IMPORTAÇÕES - A China continua a ser o principal parceiro comercial do Paraná, superando a Argentina pelo terceiro ano consecutivo. Nos três primeiros meses do ano, o intercâmbio China-Paraná somou US$ 882 milhões (exportações de US$ 193 milhões mais importações de US$ 689 milhões). Na comparação com o primeiro trimestre de 2010, em 2011 houve aumento de 60,35% nas importações do país asiático. Da mesma forma a Nigéria manteve-se na segunda colocação dos países dos quais o Paraná mais importa, com aumento de 95,07% entre 2010 e 2011, fruto das importações de petróleo pelo Estado. Este aumento deslocou a Argentina para a terceira posição, com variação de 32,17% em relação ao ano anterior.

Em se observando as importações por categoria de uso, entre março e fevereiro os Bens de Capital (+22,22%), os Bens Intermediários (+27,00%) e os Bens de Consumo (+1,28%) apresentaram alta. O grupo Combustíveis e Lubrificantes apresentou queda de -10,49% neste período. Porém, ao se comparar o primeiro trimestre de 2011 contra igual período de 2010, o maior aumento foi registrado no grupo Combustíveis e Lubrificantes (+82,55%). Este grupo também foi o que teve maior aumento nos valores acumulados nos últimos doze meses com 70,64%.

Fonte: Confederação Nacional da Indústria - CNI
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