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27/04/2011
Mercado aquecido estimula indústria do vinho
 
Produto feito no Brasil ganha espaço lá fora, ao passo que grandes fabricantes internacionais buscam conquistar o consumidor brasileiro. Feira do ramo ocorre esta semana, em São Paulo.

Marcos Carrieri: marcos.carrieri@anba.com.br

São Paulo - A 15ª edição da feira de vinhos Expovinis, que começou nesta terça-feira (26), em São Paulo, comemora o bom momento da indústria. As exportações brasileiras atingiram recorde em 2008, caíram em 2009 e em 2010, mas irão retomar o crescimento este ano. Ao mesmo tempo, o mercado nacional está aquecido e atrai vinícolas de outros países.

De acordo com a gerente de exportações do projeto Wines of Brasil, Andreia Gentilini Milan, o Brasil exporta 5% da sua produção de vinhos finos (feitos com uma determinada casta de uva), estimada em 50 milhões de litros por ano.

O Wines of Brasil é um projeto realizado pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) para promover o produto brasileiro no exterior. "Criamos este projeto em 2002 com a parceria de seis empresas. Hoje já são 39 empresas participantes", afirma Andreia. O Brasil exporta para 27 países.
Entre os principais compradores do vinho nacional estão os maiores mercados mundiais: Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha, além da Holanda. Em 2003, as vendas para o exterior somavam US$ 230 mil. Em 2008, o melhor ano para exportações, foram vendidos US$ 4,8 milhões. Após cair para US$ 2,9 milhões no ano passado, resultado da crise financeira internacional, o setor planeja exportar US$ 4,4 milhões neste ano.

Andreia diz, porém, que a meta não é aumentar as exportações a qualquer preço. "Queremos colocar o produto no mercado internacional. A prioridade é construir sua imagem", afirma. Para apresentar o vinho brasileiro aos estrangeiros, o Wines of Brasil trouxe para a Expovinis importadores da Alemanha, Bélgica e França. A meta do projeto é que, em 2025, 20% da produção de vinhos finos seja exportada.
Os vinhos brasileiros podem ser encontrados no mundo árabe, em Dubai, por exemplo. As compras não são elevadas, mas como o emirado atrai muitos turistas, vender vinho brasileiro lá é um bom negócio. "Em função dos estrangeiros que recebe, Dubai é um mercado muito interessante. Não tem um grande volume de vendas, mas o público é formador de opinião e tem experiências [de vinhos] do mundo todo", observa Andreia.

Não são apenas as exportações que fazem sucesso. O mercado nacional está em crescimento e muito do que se produz no Brasil é consumido aqui. Enólogo da vinícola Aurora, Max Felipe Schumacher afirma que o consumo está crescendo porque a população tem um poder de compra maior e se dispõe a gastar mais na hora da compra. "O consumidor está se aprimorando e consumindo mais vinho", diz.

Mercado em ascensão atrai a atenção dos maiores produtores. Chilenos, argentinos, espanhóis, italianos e franceses querem atuar cada vez mais no mercado nacional. Fion Leung é gerente de exportações da vinícola italiana Ciú Ciú. Com 160 hectares plantados no centro da Itália, a Ciú Ciú quer vender aqui vinhos orgânicos feitos com uvas sangiovese, pecorino e barbera. "O Brasil e a China são mercados crescentes. Mas os brasileiros entendem mais de vinho. Os chineses ainda estão aprendendo", observa ela.

A francesa Thérèse Ponz Szymanski é gerente geral e herdeira da vinícola Chateau Berthenon, da região de Bordeaux, na França. No ano passado, ela esteve na Expovinis. Voltou este ano para encontrar um importador brasileiro e colocar seu produto no mercado nacional. Ela espera vender entre 12 mil e 15 mil garrafas de vinho por ano ao Brasil. "É um dos mercados mais promissores e que vem crescendo há cinco anos", afirma.

Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe - ANBA
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