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15/04/2011
Países árabes vão crescer mais de 4% em 2011
 
A avaliação é do Fundo Monetário Internacional. As previsões sobre aumento do PIB variam muito de país a país, mas não é esperada retração em nenhuma das economias da região.

São Paulo – Os países do Oriente Médio e Norte da África deverão crescer, em média, 4,1% este ano e 4,2% no próximo, de acordo com o relatório World Economic Outlook, divulgado esta semana pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

O levantamento destaca que a região resistiu relativamente bem à crise financeira internacional e que suas economias continuam a se recuperar, mas em ritmos bastante diferentes em cada país.

“Os preços mais altos das commodities e a demanda externa estão impulsionando a produção e as exportações em várias economias da região”, diz o estudo, referindo-se às nações produtoras de petróleo. Além disso, segundo o FMI, subsídios estatais continuam a contribuir para a atividade econômica nesses mesmos países.

Ao mesmo tempo, porém, o Fundo lembra que o descontentamento político, o desemprego e o aumento dos preços dos alimentos estão provocando insurreições populares em países da região, o que deve inibir o crescimento de curto prazo dessas economias.

No primeiro caso, o dos exportadores de petróleo, o FMI estima um crescimento médio de 5% este ano, tendo o Catar na liderança com um avanço real de 20%. O país, segundo o relatório, vai se beneficiar do aumento contínuo da produção de gás natural e de grandes investimentos diretos. Para 2012, a previsão é de aumento de 7,1% no Produto Interno Bruto (PIB).

Na Arábia Saudita, maior economia da região, o Fundo espera um crescimento de 7,5% do PIB em 2011 e de 3% no próximo ano. O suporte, nesse caso, virá de investimentos estatais na área de infraestrutura.

Incluído no segundo caso, o Egito deverá ter um crescimento de apenas 1% este ano e de 4% em 2012, ante 5,1% em 2010. O FMI fez as projeções levando em consideração o impacto que a crise política no país terá no turismo, uma das principais atividades da economia egípcia; no fluxo de capitais e no mercado financeiro. O levantamento destaca, porém, que esse efeito deve ser temporário.

Na Tunísia, país que tem também no turismo uma de suas principais fontes de renda, é esperado um crescimento de 1,3% este ano e de 5,6% no próximo, contra 3,7% em 2010. A exemplo do Egito, o FMI levou em consideração os impactos que a crise política tunisiana terá no turismo e na atração de investimentos externos.

Vale lembrar que o levante popular que resultou na renúncia do então presidente do país do Norte da África, Zine El Abidine Ben Ali, foi o primeiro da onda de protestos que depois se espalhou para outros países árabes.

Apesar das diferenças de ritmo de crescimento e do momento de instabilidade política, o Fundo não vê possibilidade de retração em nenhuma das economias da região. A menor taxa de aumento do PIB prevista para este ano, entre as nações árabes avaliadas pelo FMI, é justamente a do Egito.

Fonte: Agência de Notícias Brasil - Árabe - ANBA
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