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13/04/2011
CNI propõe reciprocidade econômica com a China
 
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) , Robson Braga de Andrade, propôs segunda-feira (11/4), em Pequim, após seminário entre empresários brasileiros sobre como vender à China, reciprocidade nas relações econômicas bilaterais.

Segundo ele, diante das barreiras chinesas a produtos brasileiros industrializados, é preciso negociar a ampliação dos investimentos do país no Brasil, selecionados em setores determinados.
“A China não é um país de economia aberta. Só importa o que quer, de quem quer”, enfatizou. “O Brasil é uma economia aberta, mas tem de ser aberta para aquilo que queremos”, completou. “Queremos reciprocidade, ou seja: se não podemos vender determinados produtos na China e a China quer vender no Brasil, qual a contrapartida que poderemos ter?”, indagou o presidente da CNI.

As afirmações foram feitas em entrevista aos jornalistas no Hotel China World Summit Wing, no encerramento de encontro que reuniu, entre outros, os presidentes do Banco do Brasil, Aldemir Bendini; da BR Foods (fusão da Sadia e Perdigão), José do Prado Fay, e da Valisère, Ivo Rosset. Nesta terça-feira, 12 de abril, Andrade sentou ao lado da presidente Dilma Rousseff e dos ministros do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, e das Relações Exteriores, Antônio Patriota, em outro seminário, que discutiu o comércio bilateral com dirigentes empresariais e autoridades chinesas.
EMBLEMÁTICA – O presidente da CNI destacou, depois do encontro dos empresários brasileiros, a questão da compra de minas como emblemática da desigualdade de tratamento aos capitais externos entre os dois países.

“Empresas brasileiras não conseguem comprar minas na China, de carvão ou de qualquer outro minério. Podemos adquiri-las, porém, na Austrália, África do Sul e Canadá, que possuem minas no Brasil. Isso é reciprocidade. Se não podemos investir em minas na China, porque a China pode comprá-las no Brasil?”, questionou.

Na sua opinião, uma medida de reciprocidade é o aumento dos investimentos da China em obras de infraestrutura no Brasil e na produção interna destinada à exportação. “A China pode contribuir para o desenvolvimento brasileiro”, pontuou.

Andrade declarou que a economia brasileira, um mercado atrativo, “com consumo, regras claras, segurança jurídica”, não pode ser ignorado pela China. “A China quer ser a primeira economia do mundo e o Brasil será a quarta ou quinta economia em breve. Ninguém pode ser a primeira ou segunda economia mundial ignorando a quarta ou quinta”, frisou.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde abril de 2009, quando superou os Estados Unidos. O comércio bilateral saltou de US$ 2,3 bilhões em 2000 para US$ 56,3 bilhões no ano passado, um crescimento de quase 2.500% em dez anos. Em 2010, a balança bilateral repetiu praticamente o superávit de 2009 para o lado brasileiro, registrando US$ 5,1 bilhões, mas 80% dos US$ 30,7 bilhões vendidos à China são de commodities e combustíveis. O mercado chinês representa 15,2% das exportações totais do Brasil.

Fonte: Confederação Nacional da Indústria - CNI
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