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08/04/2011
Brasil quer vender bens mais sofisticados à China
 
Abrir o enorme mercado chinês a produtos brasileiros de mais sofisticação técnica (valor agregado) e, portanto, de maior preço, é o principal objetivo da delegação de 309 empresários que acompanha, a partir desta segunda-feira, 11 de abril, a comitiva da presidente Dilma Rousseff na viagem à China. A missão é coordenada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Um encontro de dia inteiro, o seminário Brasil-China: Para Além da Complementariedade, na terça-feira, 12 de abril, no China World Summit Wing Hotel, em Pequim, reúne a missão empresarial, ministros brasileiros e dirigentes chineses para discutir a ampliação do comércio bilateral e as oportunidades de investimentos nos dois países.

Haverá, paralelamente, uma rodada de negócios, entre 14h00 e 18h00, coordenada pelo Itamaraty. O vice-primeiro ministro Wang Qishan e a presidente Dilma Rousseff encerram a sessão matinal do encontro de terça-feira, que prossegue até 17h30.

Um dia antes, nesta segunda-feira, 11 de abril, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, abre reunião somente de empresários e técnicos governamentais brasileiros, entre 15h30 e 18h00, no mesmo China World Summit Wing Hotel. O encontro vai alinhar as posições a serem levadas ao seminário de terça-feira.

Para o presidente da CNI, o aumento significativo do comércio bilateral, que saltou de US$ 2,3 bilhões em 2000 para US$ 56, 3 bilhões no ano passado, um crescimento de quase 2.500% em dez anos, implica na diversificação da pauta de exportações brasileiras. Na sua opinião, o Brasil, que tem uma indústria diversificada e produz itens de alta tecnologia, não pode se concentrar nas vendas de commodities à China, como soja e minério de ferro.

“Temos uma ampla agenda para discussão, com foco em maior acesso a mercados. Queremos que os chineses venham para o Brasil para produzir aqui e gerar empregos aqui”, assinala Robson Braga de Andrade.

TEMAS – A programação do seminário prevê a participação, entre outros, dos presidentes do China Development Bank, o BNDES chinês, Jiang Chaoliang, e do BNDES, Luciano Coutinho; dos ministros do Comércio da China, Chen Deming, e do Desenvolvimento, Fernando Pimentel; do diretor-geral da Administração Nacional de Energia, Liu Tienan, e do ministro da Agricultura, Wagner Rossi. Os presidentes da CNI e do CCIIP(China Council For International Investments Promotion), Miao Genshu, são os debatedores do painel Caminhos para a Diversificação da Pauta Exportadora Brasileira.
Os temas da sessão matinal incluem a ampliação do comércio bilateral, os desafios para maiores investimentos nos dois países, parcerias na exploração do petróleo brasileiro da camada do pré-sal, as dimensões do agronegócio.

À tarde, empresários brasileiros, entre os quais Eike Batista, propõem como bom negócio para os investimentos chineses no Brasil obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e dos portos de Vitória (ES) e Açu (RJ) e fabricação de motores automotivos bicombustíveis (flex fuel). Os chineses, por sua vez, indicarão as oportunidades de investimentos brasileiros no 12° Plano Quinquenal.

Haverá, ainda, debates sobre os planos de expansão de empresas brasileiras com atuação na China, como a Marcopolo, montadora de ônibus, o frigorífico Marfrig e a WEG, fabricante de motores.

MAIOR PARCEIRO - Parte da missão empresarial coordenada pela CNI que integra a visita da presidente Dilma Rousseff participará também do Fórum Empresarial dos BRICS (bloco do Brasil, Índia, China e Rússia), na quarta e quinta-feira próximas, 13 e 14 de abril, na cidade chinesa de Sanya. O fórum discute, entre outros temas, o crescimento da importância dos quatro países na economia mundial e o uso de energias alternativas.

Desde abril de 2009, a China tornou-se o maior parceiro comercial do Brasil, superando os Estados Unidos. No ano passado, a balança bilateral repetiu praticamente o superávit de 2009 para o lado brasileiro, registrando US$ 5,1 bilhões. Em 2010, o Brasil vendeu à China US$ 30,7 bilhões, 46,5% mais do que no ano anterior, e importou de lá 60,8% mais, no valor de US$ 25,5 bilhões. O mercado chinês representa 15,2% das exportações totais do Brasil.

Fonte: Confederação Nacional da Indústria
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