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15/03/2011
Mercado árabe compra mais trigo do Brasil
 
A receita das vendas de trigo brasileiro ao mundo árabe alcançaram US$ 175 milhões entre janeiro e fevereiro. No ano passado inteiro ficaram em US$ 37 milhões. O produto foi exportado pelos gaúchos.

Isaura Daniel

São Paulo – As exportações brasileiras de trigo aos países árabes chegaram a uma receita de US$ 175 milhões nos primeiros dois meses deste ano. No ano passado inteiro, elas ficaram em US$ 37 milhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Em janeiro e fevereiro de 2010 não ocorreram vendas de trigo do Brasil à região. Toda a comercialização deste ano e ano passado foi feita pelo estado do Rio Grande do Sul.

De acordo com o presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro-RS) e da Câmara Nacional das Culturas de Inverno, Rui Polidoro Pinto, a elevação do preço do trigo influenciou no aumento das vendas para a região. A commodity está com cotações 35% a 40% mais altas neste ano sobre 2010. Também há, segundo Pinto, o fato de que os árabes consomem o pão sírio, que é um pão sem crescimento, para o qual parte do trigo produzido no Brasil – o do tipo brando - é bem adequado.

Do total exportado em trigo brasileiro ao mercado árabe, US$ 93 milhões foram enviados para a região em fevereiro e o restante em janeiro. O maior comprador no mundo árabe foi a Argélia, que gastou US$ 80,7 milhões com trigo gaúcho, seguida da Líbia, com US$ 22 milhões, Tunísia, com US$ 20 milhões, Egito, com US$ 18 milhões, e Sudão, com US$ 9 milhões. Também adquiriram o trigo nacional Síria, Marrocos, Emirados e Iêmen.

O trigo que vem sendo exportado pelo Brasil é o da última safra, cuja colheita se encerrou por volta de outubro do ano passado. Neste mês de março, o Paraná - estado que forma com o Rio Grande do Sul o grupo de maiores produtores da commodity – começa a plantar a sua próxima safra. Os gaúchos semeiam a cultura entre maio e junho, de acordo com Pinto. A safra brasileira colhida ano passado ficou em 5,6 milhões de toneladas.

O Brasil, apesar de não ter produção suficiente para atender o seu consumo interno, que é de 10 milhões de toneladas, exporta trigo. Além de ser uma estratégia para conseguir preços mais altos, a medida também é tomada para escoar o trigo brando, que existe em abundância no país e serve para produção de bolachas, assim como para pão sírio. Dessa maneira, o país importa, do outro lado, o trigo mais adequado para panificação.

De acordo com o presidente da Fecoagro, porém, o país está fazendo um esforço para produzir mais trigo voltado para panificação. Atualmente, os grandes fornecedores externos de trigo do país são Argentina e Uruguai, além de Canadá e Europa. No ano passado, dois produtores, Austrália e Rússia, tiveram problemas de safra, o que influenciou na atual alta de preços do trigo. Apesar de ainda não haver definições das safras destes países, Pinto acredita que as cotações da commodity continuarão em patamares elevados em 2011.

Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe - ANBA
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