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04/03/2011
Apesar da crise, vendas aos árabes crescem
 
Valor dos produtos exportados no primeiro bimestre deste ano atinge US$ 2,02 bilhões e é 46,97% maior do que o volume registrado em janeiro e fevereiro de 2010.

São Paulo - A crise política que atinge os países árabes não foi suficiente para afetar o comércio destas nações com o Brasil. Pelo contrário. As exportações brasileiras para os 22 países árabes cresceram nos dois primeiros meses deste ano. De acordo com um levantamento da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, foram exportados pelo país US$ 2,02 bilhões em janeiro e fevereiro, o que representa um crescimento de 46,97% em relação ao mesmo período de 2010. O saldo comercial no período é favorável ao Brasil, com superávit de US$ 888,47 milhões.

O crescimento das exportações para o mercado árabe no bimestre foi superior ao do Brasil para o mundo, que alcançou 36%. De acordo com o diretor de comércio exterior da Associação de Comércio Exterior do Brasil (Abracex), Antonio Carlos Ramalho, o aumento no valor das exportações do Brasil para seus parceiros árabes foi motivado pelo preço das commodities, que subiu. Os principais produtos que o país vende para as nações árabes são carne, açúcar, cereais e minério de ferro, todos com preços determinados no mercado internacional.

Segundo Ramalho, foi por esse motivo, também, que a crise política no Egito, Líbia e Tunísia, entre outros, não afetou as relações comerciais entre os países. "Com ou sem crise as pessoas precisam comer. E a maior parte do que vendemos para os países árabes é alimento. Por isso as transações comerciais não foram afetadas. Pelo contrário, subiram e deverão fechar o ano com crescimento", afirma.

Ramalho prevê mais crescimento nas exportações para os países árabes neste e nos próximos anos não só por causa dos preços das commodities, mas em função da procura por diversificiar os negócios. O país poderá, em breve, ser grande fornecedor de máquinas, aviões e vestuário para os parceiros comerciais árabes.

Entre os países que mais compraram produtos brasileiros estão os do Golfo Arábico. Eles importaram US$ 997,46 milhões no primeiro bimestre de 2011, um crescimento de 30,61% na comparação com o desempenho do ano anterior. Entre eles, o maior comprador do Brasil é a Arábia Saudita, que importou US$ 454,67 milhões no período.

Cresceram, também, as exportações dos países árabes ao Brasil. A Arábia Saudita é o maior fornecedor (exporta principalmente petróleo bruto) e acumula vendas de US$ 402,91 milhões ao Brasil. O crescimento em relação a igual período de 2010 é de 136%.

O valor das exportações brasileiras não cresceu apenas no comércio com nações do Golfo Arábico. Houve aumento também nas vendas aos países do Norte da África. As vendas para esta região atingiram US$ 821,97 milhões, uma alta de 87,55% em relação aos dois primeiros meses de 2010. Já os países do Levante (Iraque, Jordânia, Síria e Líbano) importaram US$ 198,11 milhões em produtos brasileiros, um aumento de 15,98% na comparação com os dois primeiros meses do ano passado.

Recorde

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior anunciou nesta semana recorde de exportações em fevereiro. No mês, o país exportou US$ 16,733 bilhões, 23,5% a mais do que no mesmo mês do ano passado. As importações em fevereiro deste ano também foram recordes e atingiram US$ 15,534 bilhões. O superávit comercial no período foi de US$ 1,199 bilhão.

As exportações do Brasil para os países árabes também cresceu em fevereiro deste ano em relação ao mesmo mês do ano passado. No total, o aumento foi de 35,21% para os países árabes e 38,24% para a Arábia Saudita, o maior parceiro comercial da região naquele mês. Do total de exportações, a Arábia Saudita respondeu por 23,82%.

Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe - ANBA
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