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16/02/2011
Estudo da federação paulista mostra que importados respondem por 21,8% do consumo
 
São Paulo - A forte retomada do consumo doméstico marcou o ano de 2010, mas não foi acompanhada, na mesma magnitude, pelo crescimento da produção industrial. Desta forma, a expansão da demanda interna do ano passado se tornou mais intensiva em importações, concluiu a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) ao divulgar os resultados do Coeficiente de Exportação e Importação (CEI), na última segunda-feira (14/2).

As importações totais da indústria sobre o consumo aparente do país (Coeficiente de Importação - CI) atingiram o maior patamar histórico: 21,8%. Este valor superou em 3,5 pontos percentuais o CI de 2009, sendo também a maior variação histórica entre os anos analisados. Na comparação com 2008, a alta foi de 1,7 ponto percentual, ou seja, o CI recuperou e até ultrapassou o nível pré-crise.

Por outro lado, de acordo com o levantamento da FIESP, o total exportado em relação a toda produção industrial do País (Coeficiente de Exportação - CE) apresentou tímida alta comparada a 2009, de apenas 0,9 ponto percentual, atingindo 18,9%. Valor este inferior ao registrado em 2008, quando 19,6% da produção foi exportada, o que representa queda de 0,7 ponto percentual.

AVANÇO DAS IMPORTAÇÕES - No caso do CI, a expansão da economia brasileira, em conjunto com outras variáveis que ferem a competitividade da indústria nacional, como o câmbio valorizado e os benefícios fiscais concedidos por alguns Estados para os bens importados, explica o ganho de competitividade e consequente avanço das importações sobre a produção doméstica.

“O câmbio ainda é um dos principais vilões do desse aumento da participação dos importados no país. De cada cinco produtos têxteis vendidos no Brasil, pelo menos um é importado”, explicou o diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da FIESP, Roberto Giannetti da Fonseca.

Segundo ele, a ligeira alta de 0,9 ponto percentual sobre 2009 se deve ao fato de o ano anterior ter sido marcado pela crise internacional, portanto de fraco crescimento dos principais parceiros do Brasil, como Estados Unidos e Argentina, e com a produção concentrada no mercado doméstico.

A retomada do crescimento, em especial do vizinho sul-americano, permitiu um fôlego exportador um pouco maior de alguns setores, como o automotivo. No entanto, o setor de indústrias extrativas, que amplia consistentemente sua parcela exportada, é o grande destaque do aumento do CE.
“A constante elevada demanda dos chineses por minério de ferro garante o aumento da exportação do produto ano após ano, tornando a pauta exportadora também cada vez mais dependente deste bem”, concluiu Giannetti.

Fonte: Confederação Nacional da Indústria - CNI
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