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02/04/2020
Balança comercial tem superávit de US$ 6,135 bilhões no primeiro trimestre
 
A balança comercial registrou superávit de US$ 6,135 bilhões no primeiro trimestre de 2020, com uma corrente de comércio de US$ 94,055 bilhões. O saldo teve um recuo de 33,1%, pela média diária, em relação ao alcançado em igual período de 2019, de US$ 9,025 bilhões. Já a corrente de comércio baixou 0,8% sobre o mesmo período anterior, quando totalizou US$ 93,311 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (01/04) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.

No acumulado de 2020, as exportações chegaram a US$ 50,095 bilhões, queda de 3,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando totalizaram US$ 51,168. As importações somaram US$ 43,960 bilhões, aumento de 2,6%, pela média diária, sobre os US$ 42,143 bilhões do mesmo período de 2019.

Em março, o superávit da balança foi de US$ 4,713 bilhões, valor 5,2% inferior ao de igual período de 2019, de US$ 4,296 bilhões. A corrente de comércio do país no mês foi de US$ 33,764 bilhões, diminuição de 4,6%, pela média diária, na mesma comparação.

As exportações no mês atingiram US$ 19,239 bilhões, queda de 4,7% em relação a março de 2019 e de 3,8% em relação a fevereiro de 2020. As importações totalizaram US$ 14,525 bilhões, uma redução de 4,5% sobre março do ano passado e de 10,4% na comparação com fevereiro de 2020.

Segundo o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, o comportamento do trimestre foi influenciado, entre outros fatores, por um comércio mundial pouco dinâmico, agravado pela pandemia da Covid-19. Ele explicou que o cenário externo foi marcado pelo baixo desempenho do comércio mundial, com queda principalmente dos preços de produtos nos mais distintos setores, desde commodities a bens da indústria de transformação.

Brandão salienta, no entanto, que houve aumento médio de 1,9% na quantidade de exportações. O crescimento foi de 6,1% nas indústrias extrativas e de 5,8% na agropecuária. As indústrias de transformação, por sua vez, tiveram recuo de 3,1% nas quantidades vendidas para o exterior. “É importante destacar que as exportações Brasileiras para a China cresceram 4,3% no trimestre, em relação ao mesmo período de 2019, principalmente por conta de maiores vendas de carne bovina e suína, minério de ferro, soja e algodão”, acrescentou.

Acumulado de 12 meses

No período de abril de 2019 a março de 2020, o superávit foi de US$ 45,145 bilhões, valor 18,9% inferior ao de equivalente período anterior – US$ 54,816 bilhões. A corrente de comércio, em 12 meses, decresceu 4,7%, pela média diária, de US$ 416,716 bilhões para US$ 403,476 bilhões.

As exportações somaram US$ 224,311 bilhões. Sobre o período de abril de 2018 a março de 2019, quando as exportações atingiram US$ 235,766 bilhões, houve diminuição de 6,4%, pela média diária. Já as importações totalizaram US$ 179,165 bilhões, queda de 2,5% sobre o mesmo período anterior, de US$ 180,950 bilhões.

Exportações

As exportações do trimestre diminuíram 3,7% em relação a igual período de 2019, por conta da diminuição nas vendas de produtos manufaturados (-14,7%, para US$ 16,295 bilhões) e semimanufaturados (-6,7%, para US$ 6,535 bilhões). Por outro lado, cresceram as vendas de produtos básicos (+5,3%, para US$ 27,266 bilhões).

Por mercados compradores, no primeiro trimestre, diminuíram as vendas para: América Central e Caribe (-64,2%), Oriente Médio (-27,8%), Estados Unidos (-20%), Mercosul (-12,6%) e União Europeia (-2%). Por outro lado, cresceram as vendas para: Oceania (+24,8%), Ásia (+10,7%) e África (+1%). Os principais países de destino das exportações foram: 1°) China, Hong Kong e Macau (US$ 14,621 bilhões), 2°) Estados Unidos (US$ 5,288 bilhões), 3°) Argentina (US$ 2,168 bilhões), 4°) Países Baixos (US$ 2,067 bilhões) e 5°) Cingapura (US$ 1,698 bilhão).

No mês de março, as exportações de básicos foram de US$ 10,872 bilhões, manufaturados chegaram a US$ 5,843 bilhões e semimanufaturados, US$ 2,523 bilhões. Sobre o ano anterior, pelas médias diárias, caíram as exportações de produtos manufaturados (-14,9%) e básicos (-0,6%), enquanto cresceram as vendas de produtos semimanufaturados (+6,1%).

Por mercados compradores, no mês, caíram as vendas para Oriente Médio (-46,3%), Estados Unidos (-20,2%), Mercosul (-14,9%), União Europeia (-6,3%) e América Central e Caribe (-3,5%). Por outro lado, cresceram as vendas para África (+10,2%), Oceania (+7,4%) e Ásia (+6,1%). Os cinco principais países compradores foram China, Hong Kong e Macau (US$ 6,082 bilhões), Estados Unidos (US$ 1,966 bilhão), Países Baixos (US$ 797 milhões), Argentina (US$ 771 milhões) e Cingapura (US$ 714 milhões).

Importações

As importações no trimestre, comparadas a igual período do ano anterior, tiveram aumento em bens de capital (+23,3%) e bens intermediários (+1,2%). Por outro lado, diminuíram as compras de combustíveis e lubrificantes (-10,0%) e bens de consumo (-4,0%).

De janeiro a março, na mesma comparação, houve crescimento nas compras as compras originárias de Estados Unidos (+20,2%) e União Europeia (+1%), enquanto caíram as de Oceania (-37,1%), África (-24,5%), Oriente Médio (-21,3%), Mercosul (-13,2%), América Central e Caribe (-9%) e Ásia (-3,9%).

Os principais países de origem das importações foram China, Hong Kong e Macau (US$ 10,033 bilhões), Estados Unidos (US$ 7,973 bilhões), Alemanha (US$ 2,517 bilhões), Argentina (US$ 2,237 bilhões) e Japão (US$ 1,150 bilhão).

No mês, caíram as importações de combustíveis e lubrificantes (-32,5%) e bens de consumo (-19,3%), enquanto cresceram as compras de bens intermediários (+3,5%) e bens de capital (+2,8%).

Por mercados fornecedores, na comparação entre março de 2020 e 2019, diminuíram as compras originárias de Oceania (-51,9%), Mercosul (-24,3%), Oriente Médio (-15,3%), Estados Unidos (-13,4%), Ásia (-10,7%), África (-9,5%), União Europeia (-6,6%) e América Central e Caribe (-4,7%).

Os cinco principais países fornecedores foram China, Hong Kong e Macau (US$ 2,464 bilhões), Estados Unidos (US$ 2,184 bilhões), Alemanha (US$ 848 milhões), Argentina (US$ 818 milhões) e Japão (US$ 579 milhões).

Expectativa para 2020

A Secex divulga e revisa trimestralmente a expectativa para o resultado da balança comercial do ano corrente. Entretanto, devido ao forte aumento da incerteza global nas últimas semanas, a Secex decidiu adiar por um mês a previsão da balança comercial para o final do ano de 2020, período em que a equipe técnica terá acesso a mais elementos acerca da provável extensão e desdobramentos da atual pandemia. “Embora o cenário econômico adverso ainda não esteja completamente refletido nos dados disponíveis, é razoável supor que os fluxos de mercadorias serão duramente afetados pelos efeitos da pandemia da Covid-19”, comentou o subsecretário.

Ele acredita que a diminuição da expectativa de crescimento do PIB brasileiro e o câmbio real mais desvalorizado deverão reduzir demanda por importações, sobretudo de bens industrializados. As exportações, por sua vez, deverão ser mais afetadas por uma queda dos preços internacionais dos principais produtos da pauta exportadora brasileira, causada pelo baixo dinamismo da economia mundial.

“O volume da pauta de produtos, entretanto, poderá ser menos afetado pela queda da demanda mundial, por ser composta, em grande medida, de produtos alimentícios e outros bens com menor elasticidade-renda e pelo impacto positivo da desvalorização cambial”, disse Herlon Brandão. “Assim, é possível que o valor das exportações seja menos afetado que o das importações, contribuindo para um saldo comercial, ao final de 2020, possivelmente maior do que previa a média das projeções de mercado no início do ano”, avaliou.

Fonte: Ministério da Economia
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