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06/12/2010
Brasil e Argentina discutirão integração produtiva com presidentes de montadoras
 
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e o Ministério de Indústria da Argentina querem discutir com os presidentes das montadoras de automóveis instaladas nos dois países maneiras de aumentar o conteúdo regional das autopeças utilizadas nos veículos produzidos na região. O encontro está previsto para fevereiro de 2011, em local a ser definido.

Segundo o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral, nessa reunião será apresentado estudo da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) que mostra aumento da utilização de autopeças importadas em detrimento de itens regionais fabricados pelas montadoras dos dois países. O setor automotivo responde por aproximadamente 30% das exportações de cada país.

A tentativa de aumentar a produção regional de autopeças foi um dos itens discutidos na reunião da Comissão de Monitoramento do Comércio Brasil-Argentina realizada hoje (3/12), em Brasília, com a participação brasileira coordenada pelo secretário-executivo do MDIC, Ivan Ramalho. O assunto faz parte do tema integração de cadeias produtivas, que ainda inclui discussões sobre os segmentos: vinhos, madeira e móveis, máquinas e implementos agrícolas, lácteos, petróleo e gás, linha branca e setor aeronáutico.

Empresários desses setores e representantes dos dois governos têm se reunido para discutir o tema, considerado prioritário para incentivar o aumento do intercâmbio comercial. "A integração produtiva tem o foco de permitir o aumento dos negócios e investimentos mútuos", destacou Barral durante entrevista concedida após o fim da reunião bilateral.

Principal parceiro

Para o secretário de Indústria da Argentina, Eduardo Bianchi, a continuidade do aumento da corrente de comércio entre os dois países é prioridade, mas o déficit argentino nessa relação comercial "merece monitoramento e atenção". Para reforçar a importância da parceria comercial com o Brasil, ele destacou que as exportações argentinas para o Brasil aumentaram 31% nos dez primeiros meses deste ano, enquanto que, para o resto do mundo, cresceram 24%. Nas importações de produtos do Brasil, o aumento foi de 50%. De outros países, o acréscimo chegou a 44%.

Números da Secretaria de Comércio do MDIC mostram que a corrente de comércio entre Brasil e Argentina foi de US$ 29,5 bilhões entre janeiro e novembro deste ano, aumento de 41,6% em relação ao mesmo período de 2009. Nos 11 meses de 2010, o Brasil teve superávit de US$ 3,367 bilhões, tendo exportado US$ 16,456 bilhões para a Argentina e importado US$ 13,089 bilhões do país.

Com esses números, o país manteve o posto de terceiro principal parceiro comercial do Brasil, superado apenas pela China e os Estados Unidos, nas exportações, e pelos Estados Unidos e a China, nas importações. "Se continuar nesse ritmo de crescimento, a Argentina logo ultrapassará os Estados Unidos como segundo parceiro comercial do Brasil", destaca o secretário de Comércio Exterior do MDIC.

Grupo China

Brasil e Argentina também pretendem aumentar suas exportações para os chineses, maiores importadores mundiais. Essa é uma das finalidades do Grupo China, criado em 2009 e que hoje apresentou os principais produtos dos dois países identificados como passíveis de compra para o país. Levantamento realizado pelo Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior da Secretaria de Comércio Exterior do MDIC especificou e segmentou essas áreas, tendo sido levantados, a princípio, 42 setores com potencial importador a ser explorado na China.

Os 15 primeiros foram: petróleo e derivados, materiais elétricos e eletro-eletrônicos, máquina e motores, produtores minerais, plásticos e suas obras, veículos automotores e suas partes, metais não-ferrosos, instrumentos de precisão, produtos metalúrgicos, produtos químicos, soja (grãos, óleos e farelo), aviões, papel e celulose, gorduras e óleos animais e vegetais e borracha e suas obras.

Outros itens da pauta da reunião bilateral de comércio foram harmonização estatística, acompanhamento dos acordos setoriais em vigor, defesa comercial, regra de origem, compras governamentais, Lista de Exceções à Tarifa Externa (TEC) do Mercosul e problemas técnicos no comércio bilateral de produtos agrícolas, como mosto de vinho, cítricos e azeite de oliva. O próximo encontro ainda não tem data prevista.

Fonte: MDIC
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