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11/11/2010
Mantega defende revisão de decisões isoladas como meio de preservar o equilíbrio mundial
 
Seul – Nas reuniões da Cúpula do G20 (que engloba as 20 maiores economias mundiais), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai apelar para que os países revejam as ações isoladas sob o risco de aumentar o desequilíbrio cambial e gerar uma guerra cambial. Mantega afirmou hoje (11) que a tendência é ampliar o protecionismo comercial, se as medidas individuais forem mantidas.
“Vamos colocar esta questão do conflito cambial porque se isso não for solucionado vai resvalar em um protecionismo comercial”, disse. “Os países que estão recebendo este excesso de dólares terão de tomar medidas defensivas. [É importante manter o alerta do] desequilíbrio cambial para evitar que se transforme em guerra cambial.”
Mantega ressaltou ainda que as reuniões no G20 também têm acordos a comemorar como a reforma do conselho do Fundo Monetário Internacional (FMI) que abrirá espaços para os países emergentes. O Brasil terá uma cota maior, pois saltou da 18ª posição para a 10ª.
No entanto, o ministro lembrou que a questão cambial deve predominar nos debates pelos efeitos que provoca. “Os países estão procurando desvalorizar suas moedas. É uma discussão que começou recentemente. Um número cada vez maior de países está tomando decisões de modo a não perder espaço para os concorrentes”, disse.
Mantega afirmou que a decisão do governo dos Estados Unidos de comprar US$ 600 bilhões do Tesouro para estimular o mercado interno pode causar reflexos negativos no cenário mundial. “O mercado [nos EUA] não se reativa com esse mercado: aqueles que têm emprego não estão comprando dólares, não compram casa, não tem mercado local. Isso enfraquece a moeda local”, disse.
Segundo o ministro, a decisão causa excesso de recursos financeiros que vão para países mais sólidos e todos são obrigados a comprar mais dólares para impedir que as moedas se valorizem. “Há um aumento das commodities”, afirmou. “O que vamos discutir é como fica a política americana, uma vez que os Estados Unidos não são uma economia qualquer, é uma economia que tem respaldo em outros países. É preciso que haja acordos.”
Fonte: Agência Brasil
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