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26/10/2010
Ausência em reunião do G20 não enfraquece posição brasileira sobre o câmbio, diz ministro
 
Brasília – O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje (25) que a ausência dele na reunião do G20 não prejudicou a posição brasileira sobre o câmbio. Depois de dizer, no início do mês, que o mundo atravessa uma guerra cambial, ele disse ter ficado “feliz” com a inclusão da expressão no comunicado final do encontro, que reuniu ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do bloco, no último fim de semana, na Coreia do Sul.
Ao citar a expressão, o ministro da Fazenda criticava a desvalorização de moedas por países avançados para tornar as exportações competitivas. "A guerra cambial entrou forte na discussão, embora eu não estivesse lá. Isso é um reconhecimento. Esse processo se tornou realidade, mas faltava explicitá-lo”, afirmou.
Mantega acrescentou que buscará novos avanços na reunião do G20 em Seul, capital da Coreia do Sul, em 11 e 12 de novembro. Nesse encontro, também participarão os presidentes da República e primeiros-ministros dos países do grupo. Segundo o ministro, o Brasil defenderá que os países tomem decisões coordenadas sobre o câmbio, em vez de agirem isoladamente.
Ele afirmou que o Brasil também sugerirá que os países desenvolvidos tomem medidas fiscais, como reduções de impostos e aumento de gastos públicos, para estimular a demanda interna no lugar de emitirem dinheiro e desvalorizarem as moedas para exportar mais. “Os países do G20 também concordaram em combinar a política monetária com as políticas de estímulo para estimular demanda interna, não a demanda externa”, explicou.
Apesar de ter cunhado a expressão guerra cambial, Mantega negou que o Brasil pretenda radicalizar nas medidas intervencionistas. “Não declarei a guerra cambial. Apenas a revelei. Somos a favor da paz, inclusive cambial. Apenas revelei o conflito”, disse. De acordo com ele, o objetivo das medidas cambiais anunciadas nas últimas semanas – ao aumentar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide sobre investimentos de estrangeiros – é impedir que o Brasil perca postos de trabalho. “Se o Brasil tiver uma moeda muito valorizada, perde competitividade. Estamos protegendo os empregos do país."
Mantega ressaltou ainda que não foi à Coreia do Sul porque o governo precisava avaliar o impacto das medidas da semana passada, quando o IOF para aplicações financeiras que não sejam de renda fixa foi reajustado de 4% para 6%. “Tinha de ficar aqui para monitorar as medidas e fazer os ajustes que elas [as medidas] pediam. Gostaria muito de ter ido, mas achei mais importante estar aqui no país em uma semana que foi crucial para medidas na área cambial", concluiu.
Fonte: Agência Brasil
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