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05/05/2017
Investimento da indústria no exterior fortalece a economia brasileira
 

Os investimentos das empresas brasileiras no exterior dobraram entre 2000 e 2015. O estoque passou de US$ 140 bilhões para US$ 283 bilhões. Mas esta evolução esconde as oscilações dos investimentos no período. Enquanto as principais economias emergentes apresentaram crescimento regular entre 10% e 15%, os estoques brasileiros no exterior chegam a apresentar crescimento de 31% num ano e queda de 4% em outro. A volatilidade ocorre porque algumas políticas no Brasil desestimulam a internacionalização. A análise faz parte a Agenda Internacional da Indústria 2017, documento elaborado pela CNI e lançado no fim de abril.

"O Brasil precisa de uma política mais consistente que envolva os diversos órgãos do governo e a iniciativa privada. É necessário coordenar de forma mais produtiva as iniciativas e as ações públicas que existem hoje. Ainda falta entender com clareza que investir no exterior faz bem para a economia brasileira: a indústria consegue ganhar novos mercados para suas exportações, acessar tecnologias novas, aumentar sua produtividade e gerar mais emprego e renda”, diz o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.

A professora e pesquisadora do Núcleo de Estratégia e Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral Lívia Barakat verificou um aumento na internacionalização das empresas brasileiras nos últimos dez anos. Segundo a pesquisadora, a instabilidade recente da economia brasileira e a crise política contribuíram para que as empresas buscassem outros mercados.

Em 2006, o índice médio de internacionalização das multinacionais brasileiras era de 16%. Este percentual subiu de forma contínua e alcançou 26% no ano passado. Em seu levantamento, a Fundação Dom Cabral entrevistou 50 multinacionais e 14 companhias que atuam no exterior por meio de franquias em 2016.

Barakat explica que a empresa não faz uma escolha entre investir no Brasil e investir no exterior. “A empresa investe lá fora para se fortalecer. Em muitos casos, quando ela se concentra só no mercado interno, acaba perdendo força e mercado para uma estrangeira. Vimos empresas que foram perdendo market share até fecharem as portas”, diz a pesquisadora.

Em 2016, a Fundação Dom Cabral observou outro fenômeno. Foi a primeira vez que as empresas se mostraram mais satisfeitas com o desempenho no exterior do que no Brasil nos itens vendas, crescimento de vendas, market share e lucratividade. No índice que varia de 0 a 5, a lucratividade no exterior recebeu nota 4,2, enquanto no Brasil ficou em 2,9.

Fonte: Agência de Notícias CNI


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