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22/01/2016
Varejo e indústria sentem a crise e buscam alternativas no exterior
 
Vendas abaixo do esperado na temporada de Natal significaram impacto negativo sobre os estoques do comércio varejista na região metropolitana de São Paulo (RMSP). Em janeiro, o indicador que mede o nível de adequação dos estoques atingiu 90,8 pontos, o que representa uma queda de 2,4% em relação ao mês de dezembro (93 pontos). É o pior patamar da série histórica iniciada em junho de 2011.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o indicador apontou 107,4 pontos, o recuo foi de 15,4%, de acordo com os dados do Índice de Estoques (IE) da FecomércioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo). O instituto que capta a percepção dos comerciantes sobre o volume de mercadorias estocadas nas lojas, e varia as avaliações de zero (inadequação total) a 200 pontos (adequação total). A marca dos cem pontos é o limite entre inadequação e adequação.
O recuo do indicador deste mês deve-se, especialmente, ao relato dos empresários, cuja minoria informou estar com os estoques em situação adequada. Além disso, o fato de as vendas de natal terem ficado abaixo do esperado resultou na elevação dos estoques ideais. Estoques abaixo do considerado adequado também são alarmantes: em janeiro, a quantidade de comércios que não atingiram a marca ideal chegou a 16.9%, superior em 0,6% à marca registrada no mesmo mês de 2015.
De acordo com assessoria econômica da FecomercioSP, os empresários varejistas têm reduzido seus pedidos a fornecedores e, dessa forma, o mix de produtos de segmentos como supermercados e vestuário, tecidos e calçados possivelmente está sendo bastante controlado, a fim de garantir maior giro e menor custo de carregamento desses estoques.
Embora a expectativa fosse que as tradicionais liquidações de início de ano encerrassem o ciclo de estoques, tudo indica que isso não irá acontecer no curto prazo: a entidade não espera uma retomada do crescimento, mas acredita que provavelmente os empresários começaram o ano com uma noção mais clara da gravidade e da duração dessa crise, que tende a aumentar ainda mais o desemprego e, assim, atingir também o consumo paulistano.
Em busca de novos mercados
Enquanto o comércio local passa por dificuldades, empresários se reúnem para organizar, em parceria com as associações que os representam, missões a mercados do exterior, com o propósito de não apenas se manterem atualizados como também estabelecer novas parcerias e abrir novos mercados.
Assim deverá acontecer em fevereiro com a comissão Exporta, São Paulo, organizada pela Associação Comercial do Estado de São Paulo, que trabalha em parceria com o Porto de Houston para esclarecer dúvidas, homogeneizar a legislação e fomentar o comércio entre os produtores brasileiros do Estado e o mercado norte-americano. A missão deverá realizar uma viagem técnica ao Porto de Houston, no estado do Texas, no mês de fevereiro, para a qual já tem se preparado por meio de reuniões periódicas na sede da associação comercial, na capital.
Com o mesmo intuito, representantes do comércio varejista também se lançaram no mercado americano nesta semana: acontecia, em Nova York, a maior feira de varejo do mundo, um evento que teve duração de quatro dias e recebeu cerca de 35 mil profissionais do segmento. Visitaram a 105ª edição da NRF Big Show 2016 representantes brasileiros da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e a Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDLESP), que estão entre as mais de 200 entidades de apoio ao varejo brasileiro, para acompanhar tendências, palestras e desafios sobre o setor. Ao todo, o evento teve a participação de 550 expositores de todo o mundo.
“A maior delegação brasileira do evento é da CNDL, o que o torna uma ótima oportunidade para representantes e líderes do varejo no nosso país acompanharem o que há de mais recente e importante para o setor. O ano de 2015 trouxe grandes desafios para o comércio e varejo do Brasil, assim, estar na NRF também é uma oportunidade de aprendizado, troca de experiências e fôlego para levarmos ao Brasil mais otimismo para o ano que está começando”, explica o presidente da FCDLESP, Mauricio Stainoff.
Fornada brasileira na Alemanha
Enquanto algumas empresas dirigem seus esforços para a abertura do mercado norte-americano, a Europa também tem recebido visitas organizadas por representantes da indústria brasileira. De 31 de janeiro a 03 de fevereiro, acontece em Colônia, na Alemanha, a 46ª edição da ISM (International Sweets and BiscuitsFair), que vai apresentar o projeto Happy Goods Baked in Brasil. Desenvolvido pela Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães& Bolos Industrializados (ABIMAPI) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o projeto visa apresentar os produtos brasileiros ao mercado europeu, com vistas ao fomento do comércio entre as nações.
Farão parte do espaço de 118 m² as marcas Bela Vista, Casa Suíça, Cory, Dauper, Marilan, Roots to Go e Pandurata (Bauduco/Visconti), em conjunto com a equipe ABIMAPI e a empresa visitante Tondo/Orquídea. Com o tema “O futuro e o coração dos doces e aperitivos”, as empresas apresentarão principalmente suas linhas de biscoitos, mas também bolos, tortas, aperitivos, salgados, chocolates, pães, entre outros.
O presidente da ABIMAPI, Claudio Zanão, explica que serão 25 profissionais brasileiros, em busca da promoção dos produtos do setor e incremento das vendas no mercado externo. “Esperamos gerar mais de 400 contatos e US$ 4 milhões em negócios, atingindo compradores e distribuidores de países específicos como Estados Unidos, Canadá, México, Alemanha, Arábia Saudita, bem como outros da América Latina, África, Oriente Médio, União Europeia e Leste Europeu”, diz Zanão.
O Projeto Happy Goods Baked in Brazil é uma ação setorial de promoção da exportação desenvolvido pela Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Formado por 39 empresas brasileiras que anualmente exportam para mais de 80 países.
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