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22/12/2015
Política Monetária e Operações de Crédito do SFN NOTA PARA A IMPRENSA - 22.12.2015
 
Política Monetária e Operações de Crédito do Sistema Financeiro

I - Operações de crédito do sistema financeiro
O saldo das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$3.177 bilhões em novembro, elevando-se 0,6% no mês e 7,4% em doze meses (variações respectivas de -0,2% e 8,1% em outubro). A variação mensal refletiu acréscimos de 0,7% e 0,5% nas carteiras de pessoas físicas e jurídicas, que registraram saldos respectivos de R$1.501 bilhões e R$1.676 bilhões. A relação crédito/PIB passou de 53,7% para 53,8% (52,2% em novembro de 2014).
A carteira com recursos livres somou R$1.614 bilhões, com expansões de 0,7% no mês e de 4,1% em doze meses. A carteira de pessoas jurídicas cresceu 0,9% no mês, para R$813 bilhões, com destaque para as modalidades outros créditos livres (principalmente, aquisição de recebíveis) e desconto de duplicatas. Ressalte-se que, na modalidade capital de giro, os saldos com prazos inferior e superior a 365 dias variaram -2,4% e 0,7%, no mês. A carteira de pessoas físicas aumentou 0,6% no mês, para R$802 bilhões, com destaque para as modalidades cartão de crédito à vista e empréstimo consignado.

A carteira de crédito direcionado totalizou R$1.563 bilhões em novembro, aumentos de 0,5% no mês e de 11,2% em doze meses. Os empréstimos para pessoas físicas aumentaram 0,8%, para R$699 bilhões, repercutindo, em especial, crescimentos respectivos de 1,0% e 0,8% nas modalidades crédito rural e financiamento imobiliário. A carteira de pessoas jurídicas aumentou 0,3%, para R$863 bilhões, destacando-se a variação de 0,3% nos financiamentos do BNDES para investimentos.

A segmentação do crédito por atividade econômica dos tomadores mostrou crescimentos mais significativos nos segmentos serviços industriais de utilidade pública (1,7%, para R$153 bilhões), administração pública (1,4%, para R$119 bilhões), comércio (0,7%, para R$301 bilhões) e transportes (0,7%, para R$167 bilhões). Ressalte-se, ainda, o aumento de 0,2%, para R$461 bilhões, no total dos empréstimos para a indústria de transformação.
Consideradas operações superiores a R$1 mil, a carteira de crédito do sistema financeiro aumentou 0,9% no Centro-Oeste (R$327 bilhões), 0,8% no Sudeste (R$1.708 bilhões), 0,6% no Nordeste (R$399 bilhões), 0,4% no Sul (R$550 bilhões) e 0,1% no Norte (R$118 bilhões).

Taxas de juros e inadimplência

A taxa média de juros das operações de crédito do sistema financeiro, incluindo operações com recursos livres e direcionados, atingiu 30,4% a.a. em novembro, variando -0,1 p.p. no mês e 6,1 p.p. em doze meses. A taxa atingiu 48,1% a.a. no segmento de crédito livre (aumentos de 0,2 p.p. no mês e de 10 p.p. em doze meses) e 10,3% a.a. no de crédito direcionado (variações respectivas de -0,2 p.p. e 2,4 p.p.).

A taxa média de juros situou-se em 38,7% a.a. no segmento de pessoas físicas, mantendo-se estável no mês e aumentando 7,0 p.p. em doze meses. No mês, a taxa aumentou 0,1 p.p. nas contratações com recursos livres (credito consignado, 0,4 p.p.; cheque especial, 6,7 p.p.; cartão rotativo, 10,1 p.p.) e com recursos direcionados, nos quais atingiu 64,8% a.a. e 10,0% a.a., respectivamente.

A taxa média de juros atingiu 21,2% a.a. no segmento de pessoas jurídicas, variando -0,3 p.p.no mês e 4,6 p.p. em doze meses. No mês, a taxa apresentou estabilidade (30,2% a.a.) nas contratações com recursos livres e recuo de 0,5 p.p., para 10,6% a.a., nas contratações com recursos direcionados (financiamentos para investimentos do BNDES, -0,7 p.p.).O spread bancário referente às operações com recursos livres e direcionados situou-se em 19,4 p.p. em novembro, variando -0,1 p.p. no mês e 3,9 p.p. em doze meses. O recuo mensal repercutiu redução de 0,4 p.p., para 3,5 p.p., nas operações com recursos direcionados, e aumento de 0,3 p.p., para 33,3 p.p., nas operações com recursos livres. O spread situou-se em 27,4 p.p. no segmento de pessoas físicas e em 10,5 p.p. no de pessoas jurídicas, recuando 0,1 p.p. e 0,2 p.p., respectivamente, no mês.

A taxa de inadimplência das operações de crédito do sistema financeiro, computados atrasos superiores a noventa dias, atingiu 3,3% em novembro, elevando-se 0,1 p.p. no mês e 0,5 p.p. em doze meses. No mês, a taxa apresentou estabilidade, em 4,1%, no segmento de pessoas físicas, e aumento de 0,1 p.p., para 2,6%, no segmento de pessoas jurídicas. A inadimplência elevou-se 0,2 p.p., para 5,2%, nas operações realizadas com recursos livres, e 0,1 p.p., para 1,5%, nas efetuadas com recursos direcionados.

II - Evolução dos agregados monetários A média dos saldos diários da base monetária atingiu R$237,1 bilhões em novembro, variando -0,1% no mês e 0,4% em doze meses. O recuo mensal repercutiu variações de -0,5% no saldo médio do papel-moeda emitido e de 2,2% no das reservas bancárias.

Em relação aos fatores condicionantes da evolução mensal da base monetária, as operações com títulos públicos federais, que incluem a atuação do Banco Central no ajuste da liquidez no mercado monetário, exerceram impacto expansionista de R$10,1 bilhões (compras líquidas de R$52,4 bilhões no mercado secundário e colocações líquidas de R$42,3 bilhões no mercado primário), e as operações do Tesouro Nacional, de R$11,7 bilhões. Em sentido inverso, os ajustes nas operações com derivativos e as vendas líquidas de divisas no mercado interbancário exerceram impactos contracionistas de R$12 bilhões e R$8,2 bilhões, respectivamente.

O saldo médio diário dos meios de pagamento restritos (M1) atingiu R$302,5 bilhões em novembro, recuando 0,1% no mês e 5,3% em doze meses. A retração mensal refletiu recuo de 0,1% no papel-moeda em poder do público e estabilidade nos depósitos à vista.

O saldo dos meios de pagamento no conceito M2, que corresponde ao M1 mais depósitos de poupança e títulos privados, totalizou R$2,2 trilhões em novembro.

O aumento mensal de 1,5% refletiu elevações de 4,2% no M1; de 1,6% nos títulos privados, que somaram R$1,3 trilhão; e de 0,2% nos depósitos de poupança, que atingiram R$647,1 bilhões. Ocorreram, no mês, resgates líquidos de R$6,4 bilhões em depósitos a prazo e de R$1,3 bilhão nos depósitos de poupança.
O M3 - soma de M2, quotas de fundos de renda fixa e títulos públicos que lastreiam as operações compromissadas entre o público e o setor financeiro - totalizou R$4,6 trilhões em novembro. O aumento mensal de 0,8% repercutiu, em especial, variações de 1,5% no M2 e de -0,1% no saldo das quotas de fundos de renda fixa, que somou R$2,3 trilhões. O M4, que compreende o M3 e os títulos públicos de detentores não financeiros, atingiu R$5,4 trilhões, elevando-se 0,9% no mês e 8,6% em doze meses.

Fonte: Banco Central do Brasil (BACEN)
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