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19/05/2015
Unctad crê em maior apetite de multis por investimento
 
Agência da ONU avalia que as companhias transnacionais estarão mais dispostas a investir a partir deste ano em função das perspectivas de melhora da economia mundial.

Da Redação

São Paulo – A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad) aposta no aumento do apetite das companhias multinacionais por investimentos a partir deste ano. De acordo com o boletim Monitor de Tendências Globais de Investimentos, divulgado nesta segunda-feira (18) pela instituição, a melhora das condições macroeconômicas, principalmente nos Estados Unidos, a política monetária proativa na Zona do Euro e o aumento da liberalização e da promoção dos investimentos estrangeiros diretos (IED) vão incentivar estas empresas a investir.

“Além do volume recorde de dinheiro em caixa nas companhias transnacionais, as perspectivas para as economias desenvolvidas melhoraram. A estimativa média de crescimento passou de 1,6% em 2014 para 2,2% em 2015”, diz o documento.

A aceleração das economias desenvolvidas deve ter um impacto importante no fluxo mundial de IED, já que desde a crise financeira internacional de 2008, os países em desenvolvimento é que têm tido um protagonismo significativo nesta seara.

No ano passado, por exemplo, multinacionais originárias de nações emergentes responderam por quase meio trilhão de dólares em IED, aumentando sua participação no total do fluxo para 36%, contra apenas 12% em 2007, antes da crise.

Além disso, a Ásia em desenvolvimento - excluindo, portanto, o Japão – tornou-se a região com mais investimentos no exterior em 2014, com US$ 440 bilhões aplicados, à frente da América do Norte da Europa.

Entre os 20 maiores emissores de IED no ano passado, nove são países em desenvolvimento e economias em transição (da ex-URSS). Além de nações asiáticas, integraram este grupo a Rússia, o Chile e o Kuwait. O último foi o país do Oriente Médio que mais investiu no exterior em 2014, com um total de US$ 12,7 bilhões.

“Em 2014, os investidores do Sul continuaram com sua expansão para fora. A desaceleração de suas economias pode ter impulsionado o desejo de suas companhias transnacionais de diversificar [seus negócios] no exterior”, informa o boletim.

No Brasil, porém, essa lógica não se confirmou. Segundo a Unctad, as multinacionais brasileiras continuaram a receber recursos de suas subsidiárias no exterior por meio de empréstimos intercompanhia ou pelo pagamento de dívidas antes assumidas com as matrizes, “resultando num fluxo negativo de IED [do Brasil para fora] pelo quarto ano consecutivo”.

Embora os fluxos de investimentos originários de nações desenvolvidas tenham permanecido majoritariamente estáveis em 2014, a Unctad avalia que estes países deverão passar agora por um momento de retomada.

Algumas atividades, porém, estão sujeitas aos impactos negativos de instabilidades geopolíticas e ao baixo preço das commodities. A Unctad opina, porém, que este impacto deverá se limitar a regiões e setores específicos, como os de petróleo e gás e de commodities em geral.

FONTE: ANBA
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