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30/04/2015
Máquinas agrícolas do Brasil interessam ao Marrocos
 
Visitantes do Salão Internacional da Agricultura do Marrocos que estiveram em estande brasileiro na mostra apresentaram demanda por tecnologia para agricultura. Câmara Árabe participa.

Isaura Daniel
isaura.daniel@anba.com.br


São Paulo – O mercado marroquino tem interesse nas máquinas agrícolas brasileiras para colocar em pé seus planos de aumentar a produção da agricultura. A demanda pela tecnologia foi apresentada durante participação do Brasil no Salão Internacional da Agricultura do Marrocos (Siam), que começou na terça-feira (28) e segue até o próximo domingo (3). Várias pessoas que passaram pelo estande nacional na feira manifestaram o interesse.

A presença brasileira é organizada pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). “O setor agrícola tem incentivo grande do governo, existe um projeto para promover a agricultura no país”, relata a executiva de Negócios Internacionais da Câmara Árabe, Fernanda Baltazar, que representa a entidade na mostra juntamente com o analista de Negócios, Sidi Ahmid. 

A Câmara Árabe levou para a feira marroquina materiais promocionais dos seus associados do segmento, como as empresas Marchesan, Ferraz e ADM, de maquinário, além da Florestal, de alimentos. Eles são distribuídos para importadores que procuram o estande brasileiro. Também há um profissional da Abiec no estande. 

Além de tecnologia, a feira está apresentando demanda por alimentos. Um dos objetivos da participação nacional é a abertura do mercado de carne bovina do Marrocos e em função disto a Abiec participa da mostra. O país árabe mudou neste mês o conteúdo da certificação que exige para importar carne bovina brasileira. Até então havia a exigência de que as exportações viessem de frigoríficos inspecionados e listados pelo Marrocos, item que caiu, abrindo o mercado para as empresas em geral. O país, porém, ainda tem imposto de importação de 200% para o produto.

Os profissionais da Câmara Árabe e a Abiec estiveram reunidos com o embaixador do Brasil em Rabat, Frederico S. Duque Estrada Meyer, que manifestou acreditar que o mercado de carne bovina marroquino é promissor. A participação na Siam é uma das ações feitas para começar a trabalhar o segmento, manter contato com distribuidores e tentar resolver a taxação alta. “A Câmara Árabe tem percebido já há algum tempo o interesse do mercado marroquino na carne bovina brasileira”, disse Baltazar em entrevista à ANBA por telefone.

A Siam também está apresentando outras demandas e oportunidades. De acordo com a executiva da Câmara Árabe, o estande foi procurado, por exemplo, por produtores de óleo de argan interessados no mercado de cosméticos do Brasil. 

O Marrocos é o terceiro maior mercado do Brasil em países do Norte da África, atrás apenas do Egito e da Argélia. No ano passado, o País faturou US$ 568,3 milhões com exportações aos marroquinos, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) compilados pela Câmara Árabe. Os principais produtos comercializados foram açúcar, cereais e máquinas agrícolas. O país árabe tem na sua agricultura o cultivo e produção de oliveiras, cevada, trigo, frutas cítricas, uvas, legumes, azeitonas e vinho, entre outros.
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