Notícias
26/02/2015
Exportação de frutas terá Emirados entre prioridades
 
Parceria da Abrafrutas e Apex-Brasil tem por objetivo promover frutas brasileiras em oito mercados-alvo, entre eles os Emirados Árabes. Meta é dobrar exportações em cinco anos.

Marcos Carrieri
marcos.carrieri@anba.com.br

São Paulo - Os Emirados Árabes Unidos são um dos mercados-alvo de um novo convênio para exportar frutas brasileiras assinado em janeiro entre a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O acordo terá vigência de dois anos, período em que receberá investimentos de R$ 4,2 milhões pela Apex-Brasil e R$ 1 milhão da Abrafrutas em ações de promoção comercial, capacitação de empresas e posicionamento de mercados no exterior. Além dos Emirados, outros sete países são considerados prioritários pelo projeto: Estados Unidos, Hong Kong, Rússia, Alemanha, Reino Unido, Espanha e França.

De acordo com o presidente da Abrafrutas, Luiz Roberto Barcelos, o acordo entre a Apex-Brasil e a associação tem como objetivo principal ampliar as exportações das frutas brasileiras, que ainda são tímidas. O Brasil é o terceiro produtor mundial de frutas, atrás de China e Índia, mas exporta apenas 2% do que cultiva.

“O Brasil exporta em média US$ 650 milhões por ano e a meta é dobrar esse valor em cinco anos. Outros países exportam mais do que o Brasil e o Chile, por exemplo, é um deles. As exportações chilenas de frutas passam de US$ 4 bilhões por ano. Aqui ainda temos uma agricultura familiar neste setor, ainda não há tanto a cultura da exportação”, afirmou Barcelos à ANBA. Outro motivo que explica o baixo volume exportado, afirma Barcelos, é o grande mercado interno. Por outro lado, o executivo observou que o Brasil tem uma boa logística para exportar frutas e bom acesso a mercados importantes, como Estados Unidos e Europa.

“Os mercados-alvo do projeto foram escolhidos conforme a demanda, a procura pelas frutas brasileiras e a logística. Não adianta abrirmos um mercado que a gente não possa acessar. Os Emirados foram escolhidos porque são hub, ou seja, podem distribuir para toda a região, porque o Oriente Médio tem um grande poder aquisitivo e já tem hábito de consumo de frutas. Além disso, a logística para lá é boa e conseguimos um transit time de navio inferior a 30 dias, entre 20 e 30 dias”, afirma.

Gestor do projeto setorial com a Abrafrutas na Apex-Brasil, Eduardo Caldas afirmou que a inclusão dos Emirados Árabes como mercado prioritário foi consequência do pedido das próprias empresas. Algumas já foram para a região, participaram de feiras e acreditam que é possível fazer bons negócios com o país do Golfo. Além desta demanda, ele afirmou que a escolha de qualquer mercado leva em consideração uma avaliação de fatores qualitativos e quantitativos.

Ele observou que o projeto ainda está no começo, mas deverá trazer bons resultados nos próximos anos. “Sabemos que somos grandes produtores e que temos muita qualidade. Falta encontrar o mercado ideal para cada fruta. Além disso, com o projeto, vamos melhorar nossa cadeia produtiva. O processo de internacionalização gera benefícios para toda a cadeia produtiva da empresa e às vezes resulta até em ganhos para uma cidade ou região”, afirmou.

Segundo dados da Abrafrutas, o melão é a fruta mais exportada pelo Brasil: 55% da produção é vendida para outros países. Para os Emirados Árabes Unidos, o principal produto exportado também é o melão, seguido por melancia. Segundo Barcelos, o Brasil começa a exportar também uva e manga para aquele mercado.

A Abrafrutas foi criada em março do ano passado com foco na exportação. Atualmente tem 29 empresas associadas que correspondem a 87% das vendas externas do setor. Entre os sócios, há produtores de manga, maçã, uva, melão e banana, entre outras.
Voltar - Início